Câmara de SP chama Tarcísio e Derrite para falar sobre atuação da PM
Após recentes casos de violência policial, Câmara convida governador e secretário da Segurança Pública para audiência na quinta (12/12)
atualizado
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São Paulo — A Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de São Paulo aprovou, nesta terça-feira (10/12), um convite para que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite, participem de audiência pública para falar sobre violência policial e violações de direitos humanos no estado.
“A segurança pública é vivida na cidade”, ressaltou, em publicação no Instagram, a vereadora Luna Zarattini (PT), presidente da comissão, que pretende cobrar explicações da atual gestão estadual sobre a atuação da Polícia Militar (PM).
A audiência está marcada para a próxima quinta-feira (12), às 18h, na sede da Câmara. No entanto, por se tratar de um convite — e não convocação –, o governador e o secretário não são obrigados a participar do encontro.
Crise na segurança pública
Nos últimos dias, casos de abusos em abordagens e violência envolvendo policiais militares têm repercutido negativamente na sociedade paulista, a ponto de provocar um “mea culpa” por parte do governador Tarcísio.
A crise na segurança pública da atual gestão teve como um de seus primeiros casos emblemáticos a morte do menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, ocorrida no dia 6 de novembro ado, durante uma operação policial no Morro do São Bento, em Santos, no litoral sul do estado.
Desde então, houve uma sucessão de ações questionadas por especialistas em segurança pública que provocaram desgaste na pasta comandada por Guilherme Derrite. Entre as mais polêmicas, estão A morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas, de 22 anos, baleado durante uma abordagem dentro de um hotel na Vila Mariana, zona sul da cidade, no dia 20 de novembro.
No início de dezembro, a crise se agravou após a ação de policiais militares que jogaram de uma ponte o manobrista Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, durante uma abordagem na zona sul da capital.
O soldado Luan Felipe Alves Pereira, do 24º BPM/M (Batalhão de Polícia Militar – Metropolitano), identificado como o agente que agrediu com um cassetete e também jogou o rapaz da ponte, foi preso preventivamente.
Mudança de discurso
Tarcísio, que já declarou não estar “nem aí” para a letalidade policial e que, durante a campanha de 2022, chegou a dizer que acabaria com o uso de câmeras corporais no fardamento da tropa, já recuou. Em declarações mais recentes, o governador ou a defender a ampliação do programa.
“Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Eu tinha uma visão equivocada, fruto da experiência pretérita que eu tive. Hoje estou plenamente convencido de que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial. Vamos não só manter o programa, como também ampliá-lo”, afirmou o chefe do Executivo estadual, que já prometeu redesenhar a PM paulista.