Justiça nega soltura de PM que matou jovem negro com tiros nas costas
Juíza alega não haver nenhuma alteração na investigação que faça a prisão do PM ser inadequada. Ele está preso desde a última sexta-feira
atualizado
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São Paulo — O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou nesta terça-feira (10/12), a soltura de Vinicius de Lima Brito, policial militar que matou um jovem negro com 11 tiros nas costas em frente a um mercado na zona sul de São Paulo, no dia 3 de novembro.
Segundo a juíza Michele Porto de Medeiros Cunha Carreiro, da 5ª Vara do Júri, não houve nenhuma alteração no decorrer da investigação que pudesse “levar à interpretação de que a prisão mantida é medida inadequada no caso concreto”.
Além disso, a magistrada ainda mencionou duas outras ocorrências policiais resultando em morte envolvendo o PM no ano ado como argumentos contra o réu.
Prisão
O policial militar foi preso na última sexta-feira (6/12), mais de um mês depois de ass Gabriel Renan da Silva Soares em frente ao mercado Oxxo, localizado na Avenida Cupecê, no bairro Jardim Prudência.
No dia anterior, a mesma juíza que o manteve preso nesta terça decretou a prisão preventiva do réu. Na decisão, a magistrada afirmou que o PM “excedeu em muito os limites de sua atividade”.
Ela também alegou que a liberdade do PM pode prejudicar a investigação na coleta de provas e depoimentos por conta da “posição de poder”, e decretou a detenção do réu. Britto tem 10 dias para recorrer.
Tiros nas costas
Câmeras de segurança mostram o momento em que Gabriel furtou três embalagens de sabão no mercado. Após o furto, na saída do estabelecimento, Gabriel escorregou e foi atingido pelo PM Vinicius Britto pelas costas pouco antes das 23h. Ao todo, foram três tiros no tórax, dois no dedo anelar da mão esquerda, um no antebraço esquerdo, três no antebraço direito, um no ouvido e um no rosto.
Após a divulgação das imagens, o policial foi afastado da Polícia Militar.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o agente será levado ao Presídio Romão Gomes, na zona norte da capital, após audiência de custódia.