Chefe da Otan vê retirada de tropas russas com “otimismo cauteloso”
Jens Stoltenberg disse que aliança continuará monitorando militares russos e aponta estrutura para retorno rápido à fronteira com a Ucrânia
atualizado
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O secretário-geral da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse nesta terça-feira (15/2) que a Rússia está dando sinais de que deseja dialogar e isso gera um “otimismo cauteloso”. As declarações foram feitas após as mobilizações de retirada parcial de tropas da fronteira com a Ucrânia, consideradas “sinais concretos” de Moscou ao Ocidente.
“Acreditamos que há espaço para um otimismo cauteloso, há sinais da parte de Moscou sobre seu interesse em manter os esforços diplomáticos”.
Ele salientou, no entanto, que a transferência de tropas russas da fronteira não representa uma desescalada real e que a Otan continuará monitorando as movimentações.
“Até agora, não vimos uma desescalada, nem vimos sinais de redução da presença militar da Rússia nas fronteiras da Ucrânia”. “Vamos continuar monitorando e acompanhando de perto tudo que a Rússia está fazendo”, disse Stoltenberg, em uma entrevista coletiva em Bruxelas.
Mais cedo, a Rússia anunciou a retirada parcial das tropas estacionadas nas proximidades da fronteira com a Ucrânia. Stoltenberg explicou que as tropas russas deixaram equipamentos pesados e infraestrutura militar no local, o que permitiria rápido retorno dos militares.
“A Rússia acumulou uma força de combate na Ucrânia e em seus arredores sem precedentes desde a guerra fria. Tudo está agora pronto para um novo ataque. Mas a Rússia ainda tem tempo para se afastar da crise, parar de se preparar para a guerra e começar a trabalhar por uma solução pacífica”, disse Stoltenberg, chamando a situação atual de “a mais grave crise de segurança que enfrentamos na Europa durante décadas”.