Ministro se manifesta sobre fábrica de espiões russos no Brasil. Veja
Em entrevista coletiva, Ricardo Lewandowski afirmou que as autoridades estão atentas
atualizado
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Após virem à tona, por meio de uma reportagem do jornal americano The New York Times, informações de que um espião russo vivia tranquilamente no Brasil e atuava como proprietário de uma joalheria na Asa Norte, no centro da capital federal, Ricardo Lewandowski, à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, negou que haja uma operação em larga escala de espiões no Brasil.
“Na verdade não há nada de concreto no sentido de que há uma ação em larga escala de espiões sejam da Rússia, sejam de qualquer país. Nossas autoridades, tanto do setor militar quanto do setor policial e mesmo da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), estão atentos para isso; existe um caso isolado que está sob a responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) e, quando o judiciário decidir, o governo brasileiro tomará a decisão correspondente à decisão do STF. Enquanto não houver uma ação criminosa não é o caso da Polícia Federal ingressar na questão”, disse.
O ministro da Justiça completou que em caso de crimes relacionados à inteligência, existem outros setores responsáveis. “Há outros organismos que cuidam dessa questão do ponto de vista mais genérico e mais macro, como o setor de inteligência das Forças Armadas e a própria Abin. A polícia atua sempre em dados concretos que sejam levados em consideração de forma objetiva com dados e com indícios mínimos”, finalizou.
Espião russo
O jornal americano revelou, nesta semana, que Aleksandr Andreyevich Utekhin, um espião russo, vivia no Brasil, onde se apresentava como Eric Lopes, empresário e gemólogo (especialista em pedras preciosas).
O artigo afirma que o homem se apresentava como brasileiro com um “português gringo” e cita que ele mantinha duas lojas no Brasil, uma em Brasília e outra em São Paulo.
Como investimento no disfarce, Eric até pagou para que divulgassem a empresa dele no canal Empresários de Sucesso TV, que se define no YouTube como “o maior programa de empreendedorismo do Brasil”.
Na gravação publicada em 24 de abril de 2023, o nome de Eric é dito três vezes em 2 minutos e 33 segundos de duração. Ele não concedeu a entrevista, uma funcionária que falou para as câmeras. A única imagem de Eric é a divulgada pelo The New York Times, à qual a reportagem teve o a partir de uma investigação internacional envolvendo a Polícia Federal e a CIA. Os investigadores do caso acreditam que a empresa servia como fachada para reforçar as credenciais brasileiras do russo.