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Jovens trans iniciam transição por conta própria

A maioria recorre a hormônios clandestinos. Quem tem apoio familiar, consegue ser atendido por médicos particulares

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O paulista Tomás Carrilho Tomihero não aguentou a espera. Após conversar com a família, o jovem de 23 anos conseguiu apoio financeiro para realizar uma mamoplastia com um médico particular de Brasília, estimada em R$ 8 mil. Em junho deste ano, no consultório do cirurgião plástico Erick Carpaneda, Tomás retirou os seios que até então mantinha espremidos sob o binder – colete usado para dar uma aparência mais masculina ao peitoral.

“Primeiro, eu comecei o tratamento hormonal sozinho, porque no SUS demora muito. Depois de um ano e meio na fila (do ambulatório em São Paulo), consegui hormônio, mas tive de pagar um psicólogo particular para conseguir o laudo, porque lá demorava”, critica Tomás. “Nem sempre as pessoas entendem o quanto aquilo é importante pra gente. Aí eu falei ‘preciso fazer porque, senão, não vou conseguir estudar, não vou conseguir viver minha vida. Vou precisar fazer a cirurgia e mudar meu nome pra ser eu, ser um homem, que é o que eu sou, na sociedade, com meus direitos básicos. Não quero nada de privilégio”, desabafa. Morador da Cidade Estrutural, no DF, Fred Soter fez o mesmo. Com 18 anos, começou a tomar hormônios masculinos por conta própria e fez a mamoplastia. “Procurei médicos particulares, mas não achei. Depois, descobri um, mas que só ava receita (de hormônio) pra quem chegasse já medicado, como quem diz assim ‘foi só pra salvar o menino, senão ele iria continuar tomando coisa clandestina e morrer’. Outra vez, fui a um que me sugeriu que tomasse hormônio feminino para voltar a ser mulher”, conta o adolescente, que recorreu ao plano de saúde para ser atendido.

A principal sensação descrita pelos homens trans que conseguem fazer a mamoplastia masculinizadora é de liberdade.”Vou dormir e vou acordar amanhã livre”, nos disse Tomás, horas antes de entrar na sala de cirurgia. Já Fred, acostumado a evitar praias e piscinas, escolheu um clube para comemorar. “A primeira coisa libertadora que eu fiz foi ir ao clube, tirar a blusa e tomar banho de piscina, sem ter de ficar preocupado com os outros olhando, ou com o binder aparecendo”, conta o estudante de Direito do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF).

Diante das dificuldades, a publicitária Ludymilla Santiago, de 32 anos, define o processo de busca por atendimento médico como uma “batalha solitária”. Formada pela Universidade Católica de Brasília, ela decidiu esperar até a conclusão do curso para começar a transição e lidar com a reação da família. Depois de algum tempo se automedicando, Ludymilla foi para Goiânia, onde se consultou com uma endocrinologista no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás – atualmente, o hospital anunciou que o serviço será interrompido por falta de profissionais. Em Goiânia, Ludymilla recebeu uma receita adequada, mas ados quatro anos, não teve dinheiro para retornar ao médico e fazer um acompanhamento, nem tampouco realizar as cirurgias pretendidas.

Diretamente ligada à discriminação no ambiente escolar e profissional, a baixa renda da maioria das pessoas trans intensifica as dificuldades enfrentadas. “Transexuais não estão nas universidades, nem no mercado de trabalho. Eu costumo dizer que um gerente do McDonald’s não quer contratar uma transexual pra servir hambúrguer por R$ 3 a hora, mas paga R$ 400 num boquete”, desabafa a travesti Aria Rita Weingärtner, de 18 anos. Atualmente, ela participa do grupo de terapia do HUB, mas ainda não conseguiu o à hormonioterapia pelo SUS. Estudante de Música, Aria é uma das raras travestis que frequentam ou frequentaram a Universidade de Brasília – onde, até hoje, não há dados sobre o número de estudantes trans.

Além das dificuldades de o, Aria critica o “discurso patologizador” adotado por profissionais de saúde em geral. “O ‘homossexualismo’ já saiu do código internacional de doenças faz 25 anos, a partir de uma movimentação que teve à frente médicos homossexuais insatisfeitos com o fato de que a orientação sexual deles era vista como uma doença. Mas a gente não tem pessoas trans médicas ou psicólogas para combater o estigma da patologização contra a gente”, argumenta.

Imagens: Rafaela Felicciano

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