Covid longa: 67% das pessoas têm sintomas 2 anos após infecção
Estudo feito na Universidad Rey Juan Carlos, na Espanha, mostra recorrência de sintomas da Covid longa em paciente hospitalizados ou não
atualizado
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Fadiga, dor no corpo e perda de memória são alguns dos sintomas que podem acompanhar os pacientes da Covid-19 por meses após o diagnóstico. Porém, a doença pode se estender por ainda mais tempo: um novo estudo feito na Espanha mostra que 67% das pessoas que tiveram a infecção sofrem com ao menos uma complicação da Covid longa dois anos depois.
A pesquisa, feita na Universidad Rey Juan Carlos, na Espanha, foi publicada nessa terça-feira (15/11) na revista médica JAMA e mostra como as complicações podem afetar a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.
Os cientistas avaliaram os quadros clínicos de 668 pessoas diagnosticadas com Covid-19: 360 foram hospitalizadas, e as outras 308 se recuperaram da infecção em casa, sem necessidade de internação.
A falta de ar (dispneia) foi mais prevalente no início da doença entre os pacientes hospitalizados (31,1%) do que entre os não hospitalizados (11,7%), enquanto a perda do olfato (anosmia) foi mais comum entre as pessoas que não precisaram ser internadas. Eles foram avaliados novamente cerca de 23 meses após a alta hospitalar ou o diagnóstico, respectivamente.
Dois anos após a infecção, 215 pacientes do grupo de hospitalizados (59,7%) apresentavam ao menos um sintoma relacionado à Covid longa. A prevalência foi ainda maior entre os que não precisaram de e médico quando tiveram Covid-19 — 208 (67,5%) continuaram a se queixar de sintomas depois da doença.
Os principais sintomas foram fadiga, com 161 relatos entre internados e 147 entre os do grupo que não precisou de atendimento; dor, com 129 e 92 casos, respectivamente; e perda de memória, com 72 e 49 casos, respectivamente. Não foram observadas diferenças significativas nos sintomas pós-Covid entre pacientes hospitalizados e não hospitalizados.
“As evidências atuais apoiam que a Covid longa exigirá atenção específica do gerenciamento, independentemente de o paciente ter sido hospitalizado ou não”, afirma o principal autor do estudo, César Fernández-de-las-Peñas, no artigo publicado.
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