Jardim Pantanal: após bombas da GCM, moradores cobram subprefeito
Com sete dias de alagamento, moradora aparece indignada em vídeo e se revolta com integrantes da gestão Ricardo Nunes (MDB)
atualizado
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São Paulo — No sétimo dia de alagamento no Jardim Pantanal, bairro da zona leste de São Paulo, a população cobra da gestão Ricardo Nunes (MDB) uma solução para o caos causado pelas enchentes. Segundo relatos ouvidos pela reportagem, cenas de indignação têm sido comuns no local. Uma moradora, por exemplo, se revoltou com o subprefeito de São Miguel Paulista, Divaldo Rosa.
Enchentes no Jardim Pantanal
- Localizado às margens do Rio Tietê, na zona leste da capital, o Jardim Pantanal tem sido castigado pelas fortes chuvas que atingem a região desde a última sexta-feira (31/1).
- Os moradores acumulam prejuízos e têm improvisado barcos para se locomover de um ponto a outro da região.
- As enchentes são um drama recorrente vivido para os moradores que, verão após verão, se acostumaram a recomeçar a vida após perder móveis, objetos, alimentos e as casas, além de sofrer com as doenças provocadas pelo contato com a água suja que inunda as ruas do bairro.
- O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou, em entrevista a jornalistas, que “é mais fácil tirar as pessoas [da região]”. “Aquelas pessoas vão ter que sair dali, não tem jeito. Vai ser isso. Está abaixo do nível do rio. É muito complicado”, disse.
- O presidente do Tribunal de Contas do Município (TCMSP), Domingos Dissei, solicitou nessa quarta-feira (5/2), à Auditoria de Controle Externo um levantamento das ações realizadas até agora pela Prefeitura de São Paulo na região.
Rosa istra a região na qual o Jardim Pantanal está situada istrativamente. Em vídeo publicado nas redes sociais, a mulher chama o subprefeito de “safado”, “mentiroso” e “pilantra”. “Foi ele que causou a ‘guerra’ na comunidade, agora ele não está com GCM para bater na gente. Está andando aqui como se nada tivesse acontecido”, disse. Nas imagens, também é possível ver Fabricio Cobra, secretário das subprefeituras de São Paulo.
Quem protagoniza a gravação é Lucilene dos Santos, de 29 anos. Identificada pelo Metrópoles, a promotora de vendas mora no bairro desde que nasceu. “Eu me descontrolei, mas com razão”, assegurou.
Assista ao vídeo:
Em entrevista ao Metrópoles, Lucilene conta que a água das chuvas começou a baixar apenas nessa quinta-feira (6/2). Nos últimos dias, ela tem organizado e distribuído doações da própria comunidade, incluindo roupas, água e comida.
“Nós temos que nos levantar. Prefeitura, governo não deram uma água aqui. Mandaram no primeiro dia 150 marmitas estragadas”, revelou. “É só a população mesmo, um ajudando o outro.”
Veja o relato completo:
Bombas da GCM
Em vídeo, a moradora se referiu à ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que ocorreu nessa quarta-feira (5/2), quando pessoas atingidas pela inundação foram à escola municipal de Murures para conseguir o cartão de auxílio emergencial.
Após horas na fila, alguns moradores foram informados de que não seriam mais atendidos e reclamaram. Durante a confusão, testemunhas registraram o momento em que guardas municipais fizeram disparos de bombas de efeito moral. Alguns ficaram feridos.