Chiquinho Scarpa é condenado a pagar dívida de R$ 210 mil com médicos
A ação contra Chiquinho Scarpa foi iniciada em 2023 pela Clínica de Anestesiologia e Dor de São Paulo após tentativa amigável de cobrança
atualizado
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São Paulo — O empresário Chiquinho Scarpa, de 73 anos, foi condenado pela Justiça paulista a pagar uma dívida de R$ 210,4 mil a médicos da Clínica de Anestesiologia e Dor de São Paulo.
A ordem de pagamento foi publicada pelo juiz Fernando José Cúnico no último dia 13 de janeiro após o processo aberto pelos médicos transitar em julgado, o que faz com que Chiquinho Scarpa não tenha mais como recorrer.
Entenda o caso envolvendo Chiquinho Scarpa
- Francisco Scarpa Filho, conhecido como Conde Chiquinho Scarpa, foi condenado no começo de 2023 em um processo movido pela Clínica de Anestesiologia e Dor de São Paulo após uma tentativa amigável de cobrança.
- Segundo os autos, ele foi internado no Hospital Sírio Libanês em abril de 2022. O quadro era de infecção urinária, seguido de uma diverticulite. Foram aproximadamente sete meses de hospitalização e 10 cirurgias para a recuperação.
- Nos documentos, a clínica disse ter sido contratada para realizar os serviços médicos de anestesiologia nas cirurgias feitas por Scarpa, que, somados, ficaram em R$ 133 mil. Chiquinho Scarpa, no entanto, não teria pago os valores.
- Em sua defesa, Chiquinho negou as alegações da clínica. Ele afirmou possuir plano de saúde particular e que, na época dos fatos, escolheu ficar em um hospital cuja rede é coberta pelo plano.
- Ele alegou ainda que, segundo o contrato do plano, todas as despesas decorrentes da internação seriam cobertas. Diante disso, as questões referentes ao pagamento deveriam ser tratadas com a empresa de saúde, e não com ele.
- Chiquinho Scarpa destacou também que, por se tratar de uma relação de consumo, as cláusulas devem ser interpretadas da forma mais favorável ao consumidor.
- Por fim, na defesa, Chiquinho Scarpa disse não ter feito qualquer tratativa com a clínica, diferentemente do que havia sido dito pela empresa na petição inicial. Ele afirmou que isso sequer seria viável, já que estava em uma situação de máxima vulnerabilidade durante a doença.
- Chiquinho também destacou que nunca foi comunicado sobre separações nas despesas e levantou uma suposição: a de que a autora da ação não quis receber o valor fixado pela tabela do plano ou sequer conseguiu comprovar a prestação dos serviços, razão pela qual estaria indo em cima dele na Justiça.
- Na sentença, o juiz do caso destacou o contrato assinado por Chiquinho. Em sua defesa, Scarpa chegou a argumentar que a dívida deveria ser tratada com o plano de saúde. No entanto, a Justiça trouxe à tona que, no documento assinado por ele, há uma cláusula clara que diz que cabe a ele arcar com as despesas de honorários médicos e equipes que não englobariam a conta hospitalar.
- O magistrado assinalou ainda que, caso Scarpa acredite que, de fato, tem o direito de ser reembolsado, isso deve ser resolvido diretamente com o plano, e não com a autora da ação.
- Diante disso, Chiquinho Scarpa foi condenado a pagar os R$ 133 mil com correção monetária.
Ao condenar Scarpa, os desembargadores do Tribunal de Justiça declararam que o milionário havia se comprometido antes dos procedimentos a assumir todas as despesas não cobertas pelo plano de saúde. Disseram que não há como negar sua responsabilidade e que ele, se quiser, deve processar o plano para eventualmente obter o ressarcimento.
Pela decisão, Scarpa tem 15 dias para realizar o pagamento.
Quem é Chiquinho Scarpa
Francisco Scarpa Filho ficou conhecido nacionalmente por ter participado como jurado de programas de auditório apresentados por Flávio Cavalcante e Chacrinha e pelas polêmicas ao longo da vida.
Em 1977, por exemplo, foi processado após ter feito afirmações sobre a vida íntima da então princesa Caroline, de Mônaco. Em 1991, declarou à revista Interview possuir um “escravo” no Marrocos (posteriormente, afirmou que estava brincando). Mais recentemente, em entrevista a um podcast, Scarpa disse não gostar de pobre.
“O pobre sempre tem um negócio para pedir. A pior coisa do pobre é você chegar e dizer assim: ‘Como vai’. Aí você está frito. Aí ele diz: ‘minha mãe está doente, meu pai perdeu a perna, minha filha perdeu o dente’. Ele fica meia hora destilando todos os problemas. Nunca chegue para pobre e pergunte como vai”, afirmou na ocasião.
Depois, em suas redes sociais, ele justificou sua fala afirmando que havia atuado em um personagem.
O empresário se apresenta como conde em razão de um título que teria sido concedido em 1948 ao seu pai pelo papa Pio 12.