Banqueiro vendeu mansão em São Paulo para burlar credores, diz polícia
Polícia Civil suspeita que banqueiro investigado vendeu mansão de alto padrão em São Paulo esconder patrimônio e não pagar credores
atualizado
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São Paulo – A investigação que resultou na Operação Floresta Devastada, deflagrada na manhã desta quarta-feira (23/4), aponta que a venda de uma “mansão de alto padrão” no Jardim Paulista, bairro nobre da São Paulo, indica “uma tentativa de burla a credores”.
A casa é localizada na rua Padre João Manuel, a mesma onde vivem quatro alvos de busca e apreensão da Polícia Civil (PC). Nelson Nogueira Pinheiro, Marta Marinho Rosa Pinheiro e o filho do casal, Eduardo Rosa Pinheiro, vivem em um apartamento; Francisco Jaime Nogueira Pinheiro Filho, irmão de Nelson, mora em outra unidade no mesmo prédio.
Os apartamentos no Condomínio Edifício Campos Elyseos, onde os Nogueira Pinheiro residem, têm pouco mais de 600 m² e são vendidos por cerca de R$ 20 milhões.

Apesar da vida luxuosa, Nelson chegou a pedir recuperação extrajudicial em 2018 por débitos de clientes do banco panamenho FPB Bank, do qual é presidente do Conselho de istração. Duas vítimas que prestaram depoimento à polícia dizem que tiveram prejuízo de R$ 78 milhões.
Segundo a Polícia Civil, há indícios de “transferências dissimuladas de empresas para familiares e interpostas pessoas”. A investigação relata operações financeiras trianguladas com o Banco Bradesco, “possivelmente utilizadas para a dissipação de recursos”. A prática permitiria que os credores não fossem pagos.
A Justiça de São Paulo autorizou o sequestro de até R$ 469 milhões em bens móveis e imóveis, além de participações societárias de 16 pessoas e 19 empresas.
Outras investigações
Nelson Nogueira Pinheiro e Eduardo Rosa Pinheiro já haviam sido denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF), em 2024, pelas supostas irregularidades no FPB Bank, sediado no Panamá. Eles também foram alvo da Operação “Caça-Fantasmas”, a 32ª fase da Lava Jato.
Em nota ao Metrópoles, a defesa do banco Pine, o qual Nelson já foi sócio e hoje pertence ao seu irmão Noberto Pinheiro, que também foi alvo de busca e apreensão nesta quarta-feira, nega qualquer prática ilícita nos negócios da família.
“Desde 2005, quando Nelson Pinheiro encerrou sua participação como sócio minoritário do Banco Pine, a instituição não mantém qualquer vínculo com o empresário ou com suas atividades. A menção de Noberto Pinheiro na operação ocorre pela participação minoritária em uma holding patrimonial familiar constituída pela matriarca da família para fins de planejamento sucessório, da qual Nelson faz parte juntamente aos demais herdeiros. Noberto Pinheiro permanece à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos necessários.”