Na Ásia, bolsas fecham em alta com otimismo por negociação de tarifas
Conversas entre representantes dos governos dos EUA e do Japão e pausa nos ataques entre a China e os norte-americanos animaram investidores
atualizado
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Os principais índices das bolsas de valores da Ásia fecharam em alta nesta quinta-feira (17/4), refletindo um maior otimismo dos investidores em relação às negociações em torno do tarifaço comercial imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
As conversas entre representantes dos governos dos EUA e do Japão, além de uma espécie de pausa nos ataques entre a China e os norte-americanos, animaram o mercado, levando os indicadores a fecharem no azul.
O que aconteceu
- Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei terminou o dia com ganhos de 1,35%, aos 34,3 mil pontos, impulsionado pelo bom desempenho das ações do setor industrial de de energia.
- Na Coreia do Sul, o índice Kospi, da Bolsa de Seul, avançou 0,94%, aos 2,4 mil pontos, após a decisão do Banco Central do país de manter inalteradas as taxas de juros.
- Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 1,61%, aos 21,3 mil pontos.
- Na China continental, o índice Shenzhen Composto fechou em leve alta de 0,08%, aos 1,8 mil pontos, enquanto o Xangai Composto subiu 0,13%, aos 3,2 mil pontos.
Guerra comercial EUA x China
Em novo capítulo da escalada da guerra comercial entre EUA e China, o governo Trump divulgou documento que fala em tarifas de até 245% sobre os produtos importados do país asiático, em função das “ações retaliatórias” de Pequim.
Inicialmente, a informação não estava acompanhada por uma explicação sobre a eventual nova tarifa nem por dados a respeito do cálculo usado pelos EUA para definir a taxa.
Diante da confusão gerada pelo anúncio, a Casa Branca atualizou o texto horas depois, explicando como chegou aos 245% de tarifas sobre produtos chineses. Segundo o governo dos EUA, a taxa será aplicada sobre produtos específicos.
“A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%”, informou a Casa Branca.
Até então, ao menos publicamente, as tarifas aplicadas pelos EUA sobre a China eram de 145%. Em resposta, o governo chinês anunciou taxas retaliatórias de 125% sobre os produtos norte-americanos.
No documento publicado no site da Casa Branca, o governo norte-americano faz um balanço sobre as principais medidas tomadas por Trump na economia desde que assumiu o mandato, em janeiro deste ano.
O documento é intitulado “O presidente Donald J. Trump garante a segurança nacional e a resiliência econômica por meio de ações da Seção 232 sobre minerais essenciais processados e produtos derivados”.
Segundo a mensagem do governo dos EUA, o tarifaço é uma forma de “nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA”.
Nessa quarta-feira (16/4), ao ser questionado sobre o documento publicado no site da Casa Branca, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, desconversou. “Podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas”, pontuou.