Marfrig e BRF pedem aprovação de fusão ao Cade
Marfrig e BRF anunciaram a fusão de seus negócios, o que deu origem a um gigante com uma receita líquida consolidada de R$ 152 bilhões
atualizado
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A Marfrig e a BRF, dois gigantes do agronegócio brasileiro, apresentaram o pedido formal para que o Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade) aprove a fusão entre as companhias.
Inicialmente, as duas empresas entendiam que não era necessário formalizar um pedido de autorização ao órgão regulatório.
Entretanto, para evitar qualquer ruído ou especulações no mercado, Marfrig e BRF decidiram entrar com a solicitação.
A fusão
Marfrig e BRF movimentaram o mercado ao anunciar a fusão de seus negócios, no último dia 15, o que deu origem a um gigante com uma receita líquida consolidada de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses.
Com o nome MBRF Global Foods Company, a nova companhia será detentora de todas as marcas das duas empresas. A Marfrig, segunda maior produtora de carne bovina do mundo e líder na produção de hambúrgueres, propôs a incorporação da totalidade das ações de emissão da BRF, especializada em aves e dona da Sadia e da Perdigão.
A fusão ocorrerá por meio de troca de ações da BRF por papéis da Marfrig, que hoje é a maior sócia da companhia, detendo o controle com 50,49% de participação. Acionistas da BRF vão receber papéis da Marfrig e se tornarão sócios da MBRF Global Foods Company.
A relação de troca prevista na operação é de 0,8521 ação da Marfrig para cada papel da BRF. Ou seja: um investidor que possui 100 ações da BRF terá cerca de 85 papéis da Marfrig depois da conclusão do negócio.
Os acionistas da BRF e da Marfrig devem ser beneficiados com um pagamento significativo de proventos. A BRF vai distribuir até R$ 3,52 bilhões, e a Marfrig, R$ 2,5 bilhões.
Em relação às receitas e custos, a estimativa é alcançar R$ 485 milhões por ano, com expectativa de redução de despesas de R$ 320 milhões anuais.
Caso a fusão seja aprovada pelo Cade, a nova empresa deve tentar fazer a listagem de suas ações nos Estados Unidos, segundo executivos de Marfrig e BRF. A Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), que conta com cerca de 6% do capital da BRF, e o Salic, o fundo soberano da Arábia Saudita, com 11%, apoiam a transação.
A união entre Marfrig e BRF talvez seja a mais expressiva de uma série recente de fusões do agronegócio, setor que tem impulsionado a economia brasileira nos últimos anos.
Em 2024, houve um aumento de 140% na quantidade de fusões e aquisições no agro, de acordo com dados da KPMG. No ano ado, foram concluídas 12 operações, ante 5 em 2023 e 11 em 2022.