Dólar a a subir e Bolsa cai com desaprovação a Lula e tarifaço
Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,7%, cotado a R$ 5,635. Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 0,56%, aos 137,5 mil pontos
atualizado
Compartilhar notícia

Depois de abrir em queda, o dólar inverteu o sinal e ou a operar em alta nesta quarta-feira (4/6), com os investidores repercutindo novos números de pesquisa sobre a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atingiu desaprovação recorde.
No cenário externo, as atenções do mercado financeiro seguem voltadas para os Estados Unidos. O governo do presidente norte-americano Donald Trump dobrou as tarifas de importação aplicadas sobre aço e alumínio, com efeito a partir desta quarta. O Brasil é um dos países afetados.
Dólar
- Às 13h44, o dólar subia 0,2%, a R$ 5,647.
- Mais cedo, às 12h35, a moeda norte-americana avançava 0,05% e era negociada a R$ 5,638.
- Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,647. A mínima é de R$ 5,611.
- Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,7%, cotado a R$ 5,635.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 1,45% no mês e de 8,81% no ano frente ao real.
Ibovespa
- O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), que abriu em alta, ou a operar no vermelho.
- Às 13h46, o Ibovespa recuava 0,25%, aos 137,4 mil pontos.
- No dia anterior, o indicador fechou em alta de 0,56%, aos 137,5 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 0,38% em junho e de 14,35% em 2025.
Desaprovação a Lula
No cenário doméstico, o destaque do dia é a divulgação de mais uma pesquisa sobre o desempenho do governo Lula.
A terceira rodada da pesquisa Genial/Quaest em 2025 aponta que 57% dos entrevistados desaprovam o governo do petista, enquanto 40% aprovam. São os piores resultados do atual mandato.
Os números mostram alta desaprovação, mas estabilidade: em relação à sondagem anterior, a parcela que não aprova o governo Lula oscilou um ponto percentual para cima – de 56%para 57%. A aprovação caiu de 41% para 40%.
Por outro lado, em relação à economia, a notícia é boa para o Planalto: caiu de 56% para 48% a parcela dos brasileiros que veem piora no setor. Também melhorou a percepção sobre alta de preços de alimentos (caiu de 88% para 79%) e de combustíveis (ou de 70% para 54%).
A avaliação geral do governo Lula mostra piora desde dezembro de 2024, chegando a maio negativa para 43%, regular para 28% e positiva para 26%. Para 61%, o Brasil está na direção errada, contra 56% em março e 50% em janeiro.
Pela primeira vez, a desaprovação de Lula entre os católicos, de 53%, superou a aprovação, de 45%. A desaprovação do governo continua a subir no grupo que declara não ter posicionamento político – 61% contra 59% em março.
O Nordeste segue como a única região do país que aprova o governo – 54%. No Sudeste, a região mais populosa do Brasil, a desaprovação alcançou 64% dos entrevistados, batendo novo recorde.
Novidades sobre o IOF
Os investidores ainda mantêm suas atenções voltadas às discussões em Brasília sobre o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O IOF é um tributo federal que alcança pessoas físicas e empresas e incide sobre operações que envolvem crédito, câmbio, seguros e títulos mobiliários.
Em um aceno à união entre os Poderes, o governo federal decidiu se reunir com os líderes da Câmara dos Deputados e Senado Federal para deliberar sobre as medidas de ajuste fiscal com o objetivo de reverter o ime em torno das mudanças no IOF.
Após reunião com Lula no Palácio da Alvorada na tarde dessa terça-feira (3/6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comunicou que o Executivo e o Legislativo entraram em consenso para não anunciar os itens do pacote fiscal antes da reunião com líderes, prevista para o próximo domingo (8/6).
Também participaram da conversa no Alvorada os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), da ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e dos líderes do governo nas duas Casas – o deputado José Guimarães (PT-CE) e o senador Jaques Wagner (PT-BA).
Segundo Haddad, o pedido para ouvir os líderes partiu de Motta e Alcolumbre. O titular da Fazenda ressaltou que o governo federal acatou a solicitação porque o Congresso Nacional “precisa estar convencido” de que o pacote fiscal é “o caminho mais convincente”.
“Estamos tendo esse cuidado todo porque dependemos do voto do Congresso Nacional. O Congresso Nacional precisa estar convencido que é o caminho mais convincente do ponto de vista macroeconômico. O zelo que estamos cuidando é só por essa razão”, afirmou.
O ministro também fez um alerta para especulações que circulam sobre o anúncio do ajuste nas contas públicas. “Não é um mero anúncio que nos interessa, que pode agradar muita gente, mas se não houver um trabalho sério no encaminhamento dessas medidas para o congresso, isso pode nos frustrar”, disse Haddad.
Além disso, o ministro destacou que todas as medidas foram apresentadas a Lula, Motta e Alcolumbre. “Todas elas foram apresentadas para os três presidentes, um detalhamento bastante razoável, quase um anteprojeto de lei. Temos todo cuidado em detalhar o máximo possível, para que ninguém seja surpreendido”.
Trump aumenta tarifas
Nos EUA, o mercado acompanha os desdobramentos de um novo aumento de tarifas comerciais promovido pela Casa Branca.
Na última noite, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou o decreto que dobra as tarifas de importação sobre aço e alumínio – com efeito a partir desta quarta-feira. As taxas, que haviam subido 25% em março, agora am para 50%, conforme anunciado pelo republicano na sexta-feira (29/5).
Enquanto as negociações com diversos parceiros comerciais dos EUA seguem em andamento, o presidente norte-americano se adiantou, elevando as tarifas de importação para o aço e o alumínio. Estes foram os primeiros setores afetados pelo tarifaço proposto por Trump, com sobretaxa inicial de 25% a partir de 12 de março, em um esforço declarado para incentivar os investimentos nos EUA.
Essas tarifas setoriais, também aplicadas à indústria automobilística antes de serem estendidas, em breve, a produtos farmacêuticos e semicondutores, são as únicas que não foram bloqueadas por uma decisão judicial recente, que mirou em taxas aplicadas indiscriminadamente.
A Casa Branca afirmou, na terça-feira (3/6), que Donald Trump esperava conversar com o líder chinês Xi Jinping, “provavelmente esta semana”. Porém, conforme mensagem publicada pelo presidente dos EUA em sua rede social Truth Social “é extremamente difícil chegar a um acordo” com Xi Jinping.