Ucrânia volta a acusar Rússia de usar bombas de fragmentação na guerra
O emprego desse tipo de armamento é proibido pela Convenção de Oslo, de 2010. O Kremlin nega o uso do artefato
atualizado
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Autoridades ucranianas voltaram a acusar a Rússia de usar bombas de fragmentação no conflito. A mais nova investida do tipo teria ocorrido num ataque a uma estação de trem.
Nesta sexta-feira (8/4), o governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, atribuiu ao Exército russo o ataque e denunciou o uso do artefato.
Quando acionado, esse tipo de bomba libera projéteis em alta velocidade por todas as direções. Além de ferir e provocar mortes, esse tipo de bomba tem efeito “psicológico”, por criar pânico generalizado.
O emprego desse tipo de bomba é proibido pela Convenção de Oslo, de 2010. Contudo, o dispositivo continua sendo utilizado em conflitos na Síria e no Iêmen, por exemplo. O Kremlin, sede do governo russo, negou a autoria do ataque e o uso desse tipo de equipamento.
A Organização das Nações Unidas (ONU) já acusou a Rússia de usar bombas de fragmentação em duas ocasiões.
A secretária adjunta da ONU para assuntos políticos, Rosemary DiCarlo, e a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, já fizeram declarações do tipo.
O ataque
Imagens do ataque russo à estação de trem de Kramatorsk mostra milhares de civis que estavam na estação aguardando um trem para deixar o país, quando um míssil russo atingiu o local. Além dos 50 mortos, há 87 pessoas feridas, segundo a imprensa internacional.
Fotos registram dezenas de corpos no chão, ao lado de malas e mochilas. Outra publicação mostra uma grande nuvem de fumaça e autoridades de segurança tentando conter as chamas.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Volodymyr Zelensky, em 24 de fevereiro. Os ataques não cessam, e nesta sexta-feira (8/4) a guerra completa 44 dias.