Ministro promete deixar governo caso Netanyahu aprove cessar-fogo
Netanyahu se manteve no poder graças a uma coalizão de extrema-direita, que ameaça abandonar o barco se cessar-fogo com Hamas for aprovado
atualizado
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O Ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, disse que deixará o governo de Benjamin Netanyahu caso o premiê aprove o acordo de cessar-fogo com o Hamas. A ameaça foi feita nesta quinta-feira (16/1), durante uma coletiva de imprensa com o líder do partido Otzma Yehudit, que compõem o grupo político que comanda o país.
Situação política por um fio
- Em meio a acusações de corrupção, Netanyahu conseguiu se manter no poder após uma negociação que envolveu partidos ligados à extrema-direita de Israel.
- Ao todo, seu grupo político têm 68 dos 120 assentos no Knesset, o Parlamento do país.
- Caso o partido de Ben-Gvir deixe o governo, a diferença de cadeiras no parlamento entre o governo de Netanyahu e a oposição fica 62 a 58.
Segundo o ministro israelense, a proposta de cessar-fogo entre Israel e Hamas mediada pelo Catar, Estados Unidos e Egito é “promíscua”. Para Ben-Gvir, o cessar-fogo pode apagar “as conquistas da guerra” e abrir margens para que o Hamas consiga se reabilitar.
“Portanto, se este acordo promíscuo for aprovado e implementado, o partido Otzama Yehudit não fará parte do governo e dele se retirará”, declarou o ministro da Segurança Nacional de Israel. “Se a guerra com o Hamas for renovada com intensidade ,com o propósito de decidir e concretizar os objetivos da guerra que não foram alcançados, voltaremos ao governo”.
Além disso, Ben-Gvir pediu que outros partidos da coalizão governamental sigam os os de sua sigla, com o objetivo de impedir a implementação do acordo, classificado por ele como “rendição”.
Apesar do anúncio do cessar-fogo, o premiê israelense adiou a reunião que discutiria a aprovação do plano de paz. Ele acusa o Hamas de tentar conquistar “concessões de última hora” em alguns termos do acordo. O grupo, no entanto, nega.
Polêmicas
Ben-Gvir é conhecido por ser um dos nomes mais polêmicos da atual istração de Netanyahu, e coleciona declarações e atitudes polêmicas que colocaram ainda mais fogo na tensão entre israelenses e palestinos.
Em uma delas, em outubro do último ano, o ministro defendeu a expulsão de palestinos da Faixa de Gaza para que israelenses ocupem a região.