Em Ceilândia, feiras reabrem com pouco movimento e muitas regras
No primeiro dia de retomada de atividades em todos os centros do setor, cidade com mais casos de coronavírus no DF mostra obediência
atualizado
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A manhã desta quarta-feira (17/06) marcou a reabertura de várias feiras no Distrito Federal. Com as portas abertas após três meses da suspensão de atividades, trabalhadores e clientes estão se acostumando com o novo ritmo imposto pela pandemia do coronavírus.
Na Feira do Setor O, em Ceilândia, o movimento estava pequeno. Com muitos boxes ainda fechados, o dia é de readaptação e preparação para o fim de semana.
“O tempo fechado foi muito triste, de muita preocupação, mas, graças a Deus, agora voltou. Sem muita gente, mas sábado e domingo que veremos mais gente”, diz a a Consuelo Ribeiro.
A reabertura trouxe alívio para Irani Maria de Almeida, 61 anos. Dona de uma banca de comida, ela diz que sobreviveu apenas com o auxílio emergencial e a aposentadoria do marido desde março. “Levei todo arroz, feijão, carne e refrigerante para casa. Comi eu mesma para não perder a validade de tudo”, explica.
Sem a possibilidade de consumo no local, Irani é taxativa ao dizer que só está vendendo marmitas. “Chegou, escolheu e foi embora. Nada de ficar aqui”, conta.
O aposentado Manoel Joaquim dos Santos, 71, foi um dos que aproveitou a reabertura da feira próxima à casa. “Sempre fiz compras aqui e fez falta o tempo fechado. Hoje, eu vim pegar carne”, diz. Ele se diz satisfeito com os cuidados tomados pela feira. “Tem que fazer isso mesmo. Só comprei e já vou embora também, para não correr risco”, fala.
Boxes fechados
Na Feira Modelo do P Sul, o movimento foi ainda menor. Com quase dois terços dos boxes fechados, o dia está sendo utilizado como um teste. “A gente imaginava que não seria tão movimentado. Espero que no fim de semana melhore”, conta a a da feira, Anailde Brandão.
Sem condições de contratar pessoas para ficar exclusivamente na porta aferindo a temperatura, Anailde conta com os próprios feirantes para fazer o trabalho.
Um dos poucos a reabrir foi Paulo Henrique Pereira, 58. Há três dias sem dormir direito de preocupação, ele comemora a volta às atividades. “Está todo mundo com medo, mas estamos aqui por necessidade”, diz.
Para Cristiana Gomes, 42, moradora da QNP 26, ter a Feira novamente disponível vai facilitar a vida. “Para comprar roupa, quando precisa, é aqui que a gente vem. Hoje mesmo vou trazer meu celular para consertar”, afirma.