Lula demitiu Nísia para garantir PT no comando da Saúde
A escolha de Lula de trocar Nísia antes da reforma ministerial ocorreu para garantir a permanência do PT na pasta
atualizado
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O presidente Lula demitiu Nísia Trindade nesta terça-feira (25/2) para garantir a permanência do PT no comando do Ministério da Saúde. Segundo lideranças governistas, o anúncio da troca da ministra por Alexandre Padilha, atual ministro de Relações Institucionais, ocorreu para impedir que o Centrão volte do Carnaval com ainda mais sede pela pasta.
O Centrão tinha esperanças de comandar a Saúde, mas entendeu o recado. Pela pasta a quase metade das emendas parlamentares.
Alexandre Padilha é o responsável pela articulação política do governo. Segundo aliados do presidente Lula, a escolha de transferir o ministro do Planalto para a Saúde aconteceu para demover o Centrão de continuar a ofensiva pela pasta. Se o escolhido fosse um nome puramente técnico, sem ser da ala política, seria fritado pelos demais partidos da base, visando impedir sua posse.
Desde o início do governo Lula, em janeiro de 2023, o Centrão está de olho na Saúde. As críticas a Nísia se intensificaram no ano ado, quando o governo saiu enfraquecido das urnas na eleição municipal. A principal reclamação no Congresso foi suposta demora da titular da pasta em liberar emendas.
O Centrão considerou Padilha o melhor nome no governo para a pasta, mas nunca deixou de sonhar em ter um representante próprio no Bloco G da Esplanada. Aliados lembram que o ex-ministro e deputado Ricardo Barros (PP-PR) voltou a circular no Congresso, nas últimas semanas, o que aumentou o temor do PT por nova ofensiva dos partidos da base.
Como mostrou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, a demissão foi comunicada extraoficialmente a Nísia na tarde da terça, e o anúncio oficial ocorreu após Lula conversar Padilha.
Os cotados para o ministério palaciano são: o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).