MPF ainda não decidiu se investigará Sérgio Camargo por ataque a Moïse
Pedido foi enviado há duas semanas pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão; congolês foi espancado até a morte no RJ
atualizado
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O Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal ainda não decidiu se vai investigar os ataques do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, ao congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte no mês ado no Rio de Janeiro. O pedido de investigação está no MPF há cerca de duas semanas e foi feito pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.
No último dia 11, o presidente da fundação cuja missão é valorizar a cultura negra afirmou, sem qualquer prova, que Moïse Kabagambe, que trabalhava no quiosque onde foi brutalmente morto, “andava e negociava com pessoas que não prestam”. Camargo também xingou o jovem negro assassinado a pauladas. A declaração foi duramente criticada internamente na cúpula da PGR e considerada cruel até por deputados bolsonaristas.
Três dias depois, o procurador federal Carlos Vilhena pediu que o MPF do DF responsabilizasse Camargo civil, criminal e istrativamente.
“Causa espécie o fato de que, antes mesmo de qualquer conclusão dos órgãos responsáveis a respeito da motivação que levou ao crime em questão, uma autoridade pública nacional afirme categoricamente, sem qualquer embasamento, que o racismo não teve qualquer relação com o fato”, escreveu Vilhena, emendando: “Agrava o desconforto o fato de a autoridade ofender a honra da vítima, referindo-se a ela como ‘vagabundo'”.