Mentor dá dicas para quem quer ingressar em universidades no exterior
Caso queira estudar em uma universidade fora do Brasil, veja os conselhos de Stephan Reichenberger, nome à frente da mentoria Steinberg
atualizado
Compartilhar notícia

O ensino médio pode ser descrito como uma ponte, uma espécie de caminhada por alunos até a conclusão do regime escolar e que antecede a decisão de qual carreira ou sonho seguir. Alguns estudantes lutam para entrar em um concorrido curso de medicina, outros se imaginam em um programa de tecnologia avançada. Há também o grupo que aspira ingressar em uma renomada universidade do exterior. Caso tenha o objetivo de estudar fora do Brasil, vale se atentar às dicas valiosas de Stephan Reichenberger, nome à frente da mentoria Steinberg.
À coluna Claudia Meireles, Stephan compartilha detalhes da própria trajetória e de como surgiu a mentoria. Criada em 2008, a iniciativa, até então, soma mais de 1,1 mil cases de sucesso, ou seja, de estudantes brasileiros que foram auxiliados pelo especialista e se tornaram alunos de instituições de ensino superior no exterior. “Hoje, conto com 17 anos de experiência ajudando candidatos a conseguirem ingressar nas universidades mais competitivas do mundo, desde os EUA e Canadá até Ásia e outros continentes”, destaca.

“Experiências fantásticas”
Assim como os milhares de brasileiros que almejam estudar no exterior e “carimbar” o nome de prestigiadas instituições de ensino no currículo, Stephan não só teve esse objetivo, como o concretizou. “Sou graduado duplamente em relações internacionais e ciências políticas pela Universidade de Westminster, na Inglaterra, tendo feito parte da minha graduação em Harvard, em Cambridge, cidade de Massachusetts”, cita. Em seguida, ele engatou dois mestrados e uma especialização.
“Me formei nessa dupla graduação em 2007 antes de seguir com dois mestrados, um em economia na Universidade de Nova York (NYU) e outro em gestão na Imperial College de Londres, além de uma pós-graduação em contabilidade e finanças pela London School of Economics, no Reino Unido”, complementa.
O interesse de Stephan em ajudar jovens a ingressarem em instituições de ensino superior do exterior teve início quando ele fez uma pesquisa de campo na Universidade São Paulo (USP) pela Universidade de Nova York, em 2008.
Enquanto elaborava o estudo sobre economia brasileira, Stephan Reichenberger se deparou nos corredores da Faculdade de istração e Economia da USP com jovens que sonhavam em estudar fora. Quando estava prestes a concluir o primeiro mestrado, ele não hesitou em criar a Steinberg. “Em 2008, não existiam mentorias acadêmicas no país”, diz. O especialista esculpiu o projeto como foco em ajudar jovens brasileiros a conseguirem ingressar nas “universidades dos sonhos”.

“Estudei em universidades americanas e britânicas durante a minha trajetória acadêmica, sendo as principais a Universidade de Nova York, Harvard, Imperial College de Londres e London School of Economics. Cada instituição trouxe uma experiência enriquecedora das quais pude aproveitar as oportunidades oferecidas”, relata. O mentor frisa com relação à chance de poder conhecer pessoas do mundo todo em vivências “fantásticas e imersivas”.
Primeira tentativa
O primeiro caso de sucesso de Stephan foi de um estudante que ingressou em um mestrado em direito nos Estados Unidos. À época, ele ainda não tinha a bagagem de conhecimento que tem hoje, mesmo assim, não hesitou em concluir o desafio. “Consegui fazer uma colocação desse jovem na faculdade de direito George Washington University com bolsa integral. Foi a minha primeira tentativa, e o resultado ultraou o esperado. Em 2008, mandava-se candidaturas por correio”, rememora.
“Desde então, venho trabalhando com centenas e até milhares de candidatos que sonham em estudar fora do Brasil”, acentua o mentor.
Entre as mentorias concedidas, uma das mais marcantes para Stephan envolveu uma jovem candidata de Manaus que sonhava estudar nos Estados Unidos, mais especificamente na Universidade de Nova York. “Ela era muito engajada, mas não tinha nota adequada para entrar em uma NYU nem sequer havia concluído o ensino médio brasileiro, que é algo imprescindível para uma instituição de ensino superior como essa”, relembra.

O especialista argumenta que foi feito um trabalho de qualidade com a candidata: “Focamos nas habilidades específicas da jovem e na questão geográfica, que também é bastante valorizada nas faculdades fora do Brasil. Ela conseguiu ingressar na NYU com uma bolsa de estudos generosa”. Ele emenda: “Mesmo se tratando de uma candidata não tradicional, o resultado me surpreendeu, pois dentro de diversas outras opções do mundo todo, eles optaram por essa estudante que nem ensino médio tinha”.
Dicas essenciais
Na avaliação de Stephan, a aprovação da jovem de Manaus evidenciou a “importância de recorrer a uma estratégia coerente e bem definida nos processos issionais”. Ele explica que a mentoria “visa ressaltar os pontos fortes de cada candidato e apresentá-los para cada cenário”.

A seguir, o especialista elenca cinco táticas a serem seguidas por quem deseja fazer uma graduação no exterior em alguma instituição de ensino superior concorrida, a exemplo das Ivy Leagues, ou seja, as melhores universidades dos Estados Unidos.
1. Não deixar para cima da hora
“É o mais importante”, analisa. Ele prossegue: “Eu considero ter pelo menos dois anos de preparo como algo fundamental, porque o processo envolve diversas provas de issão, e ter que correr com todas as documentações e provas em cima da hora não é uma estratégia interessante.”
2. Participar de atividades extra-acadêmicas de forma natural
“A maioria das universidades fora do país prefere candidatos que se formam com um International Baccalaureate [programa de educação internacional], pois as atividades extracurriculares são uma parte essencial do currículo”, salienta o mentor. Aos estudantes brasileiros, ele sugere participar de atividades sociais ou extracurriculares fora da sala de aula, ou ter um engajamento cívico. “Isso ajuda muito a fortalecer a candidatura”, complementa.
3. Ser honesto e transparente
No ponto de vista do especialista, um grande erro que diversos candidatos cometem é o de tentarem ser alguém que eles não são como tática para aumentar as chances de conseguir ar pelos issions gatekeepers. “Deve-se mostrar quem você é, naturalmente. É justamente isso que as universidades estão interessadas. Tem que ser transparente e honesto nas conquistas e nos sonhos”, aconselha.

4. Desempenho acadêmico surpreendente, em especial para as Ivy Leagues
“O que não podemos esquecer é que os candidatos brasileiros estarão competindo com estudantes do mundo todo. Principalmente as universidades mais competitivas, procuram notas acadêmicas surpreendentes. Ter essa dedicação durante o ensino médio é muito importante e poderá ser determinante no sucesso dos processos issionais para as instituições mais competitivas”, exemplifica Stephan Reichenberger.
5. Ter um tempo para você
O mentor recomenda se atentar ao bem-estar físico e mental: “Nos dois últimos anos do colégio, os estudantes se preparam muito bem para encararem o processo longo de issão para universidades fora do país, mas é mais importante ainda ter um tempo de descanso para cuidar de si durante essa jornada extensa.”
Para saber mais, siga o perfil de Vida&Estilo no Instagram.