Ucrânia: Lula critica Trump e diz que Brasil pode mandar missão de paz
Lula chamou de “muito ruim” papel de Trump de excluir UE e Ucrânia de negociação e defendeu acordo amplo para a paz
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta quarta-feira (19/2), a atitude do governo de Donald Trump de negociar o fim da Guerra da Ucrânia apenas com a Rússia. Ele defendeu uma mesa de negociação mais ampla para buscar uma solução para o conflito no leste europeu.
“O problema da Ucrânia será resolvido numa mesa de negociação. O papel do Trump de negociar sem ouvir a União Europeia é muito ruim porque a União Europeia se envolveu nessa guerra com muita força e agora não pode ficar de fora da negociação”, disse o petista.
Entenda o que está acontecendo
- Presidente Lula recebe o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, nesta quarta-feira (19/5).
- Lula afirmou que é necessário que Rússia e Ucrânia negociem diretamente para solucionar o conflito.
- Presidente brasileiro classificou a postura de Donald Trump sobre a guerra como “muito ruim”, destacando que o líder dos EUA quer negociar sem envolver a União Europeia, que tem um papel central na crise.
- O Brasil condenou a invasão territorial russa, mas desde o início se colocou à disposição para intermediar negociações entre Putin e Zelenski.
Lula também ofereceu a ajuda do Brasil e lamentou que “muitas pessoas não deram importância”, quando o país e a China ofereceram um plano de paz. Segundo o petista, “para negociar a paz o Brasil está disposto a fazer qualquer coisa”.
“O Brasil não enviará tropa. O Brasil só mandará missão de paz”, seguiu o presidente, sobre ações após o fim do conflito.
O presidente deu uma declaração nesta quarta-feira (19/2) no Palácio do Planalto e tratou de vários assuntos, incluindo a denúncia da PGR contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.
Posição do Brasil
Segundo Lula, “o Brasil repudiou a ocupação territorial [da Ucrânia] pela Rússia. E o Brasil desde o começo se colocou à disposição de que era possível colocar, tanto o presidente Putin como o Zelenski em uma mesa de negociação e tentar encontrar uma saída, e a única saída é uma saída de país”.
A declaração de Lula acontece em meio a reunião emergencial em Paris, na França, entre líderes europeus para discutir o conflito no leste do continente. Um ponto conflitante entre os representantes dos países da Europa é no que se refere ao envio de tropas à Ucrânia e formas de buscar a paz diante da divergência.
O presidente Lula reforçou que a solução para o conflito não é fácil e citou, por exemplo, que a Organização das Nações Unidas (ONU) poderia fazer uma pesquisa popular sobre a opinião das comunidades da região sobre o tratado de paz.
“Podia a ONU contratar uma empresa de pesquisa e perguntar: Você é Rússia ou ucraniano? E daí acatava o resultado da pesquisa e tava resolvido. Mas a relação humana não é assim”, pontuou o presidente.
Reação de Trump
O presidente norte-americano também se colocou como uma figura para solucionar o conflito europeu. No entanto, a posição de Trump tem desagradado Kiev. Nesta quarta, por exemplo, o chefe dos Estados Unidos chegou a chamar Volodimir Zelenski de “ditador sem eleições”.
“É bom que Zelenski, um ditador sem eleições, se mova rapidamente ou ele não terá um país”, declarou Trump.
No governo de Joe Biden, os Estados Unidos foi um dos principais aliados da Ucrânia, com o envio de armamentos e financiamento.