Coronavírus: Unicamp questiona em nota uso da cloroquina
Universidade de Campinas ressaltou que não há evidência científica suficiente sobre a eficácia do medicamento no tratamento da Covid-19
atualizado
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A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) emitiu nota nesta sexta-feira (10/04) questionando o uso da hidroxicloroquina e da azitromicina no tratamento de pacientes com a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O posicionamento é ancorado no parecer de especialistas de dentro e de fora da instituição.
“Não há, até o momento, evidência científica suficiente baseada em ensaios clínicos com humanos sobre a eficácia desses medicamentos para o tratamento da doença causada pelo novo coronavírus”, pontuam, destacando ainda que a nota “corrobora as recomendações dos órgãos sanitários e da comunidade médico-científica mundial”.
O documento cita editorial da British Medical Journal, publicado na última quarta-feira (08/04), segundo o qual o uso da cloroquina e derivados não é só prematuro, mas também “potencialmente prejudicial”, visto que o medicamento apresenta efeitos colaterais. Seu uso, acrescentam, devia ser a ensaios clínicos controlados, no caso de pacientes internados, “sob supervisão médica restrita e intensiva“.
Assim, o uso preventivo e doméstico não é recomendável, bem como a utilização sem “estrita supervisão, responsabilidade médica e concordância explícita dos pacientes”.
“As manifestações de apoio ao uso da HCQ para Covid-19 se baseiam em evidências frágeis, não apoiadas por investigações sólidas que devem ser fundamentadas em ensaios clínicos controlados. A universidade, como centro do conhecimento, deve sempre recomendar indicações e propostas que valorizem a razão científica em lugar de soluções intuitivas e crenças, que apesar de geralmente bem intencionadas podem estar eventualmente equivocadas”, conclui a nota.