Fahur sobre anistia a policiais do Carandiru: “Judiciário caga e anda”
Deputado foi responsável por relatar projeto de lei que busca anistiar policiais envolvidos e condenados no massacre de 1992
atualizado
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O deputado federal Sargento Fahur (PSD-PR) afirmou, nesta terça-feira (2/8), que os policiais envolvidos no massacre do Carandiru, em outubro de 1992, são “verdadeiros heróis” e que o “Judiciário caga e anda para a sociedade brasileira”. Coube ao parlamentar relatar o parecer do projeto de lei que prevê anistia aos agentes de segurança pública acusados de envolvimento no caso.
O relatório de Fahur foi aprovado pela manhã na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Agora, o projeto vai à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de seguir ao plenário da Casa.
Ao defender a votação do relatório, o deputado afirmou que os policiais em questão precisam de “sossego”.
“Eu entendo que é um pacote grande essa anistia. Não é apenas anistiar policiais que foram lá, fizeram e aconteceram. Há muita coisa inserida nesse contexto, inclusive o tempo, várias condenações, anulações de condenações… Não tem ser humano que aguenta tanta pressão na cabeça, a vida inteira. São 30 anos e essas pessoas não tem sossego, não sabem se vão ser condenados, se vão para casa”, disse.
Fahur defende que houve condenações, segundo ele, rigorosas para agentes que não participaram diretamente do massacre. “Policiais que não estiveram nem no raio de ação, nem a arma do coldre tiraram, tiveram condenações midiáticas de 600 anos não para dar o exemplo para a sociedade. O Judiciário muitas vezes caga e anda para a sociedade brasileira, querendo dar satisfação para Europa, para outros países e acabam ferrando com a vida de policiais”, prosseguiu.
Segundo o relator, “nenhum policial sai de casa cedo para ir lá matar bandido”. “Saem para trabalhar e, neste dia, deu essa rebelião gigantesca”, enfatizou, chamando os policiais de “verdadeiros heróis” e acrescentando que os 111 detentos mortos “estão no quinto dos infernos”.
Entenda
Nesta manhã, o colegiado do qual Fahur faz parte aprovou o polêmico projeto de lei que propõe conceder anistia aos policiais envolvidos no massacre.
A matéria foi apresentada pelo Capitão Augusto (PL), presidente da Bancada da Bala na Casa.
Esta é a segunda vez que o item é colocado na pauta do colegiado. Em 12 de julho, a votação do relatório do projeto foi adiada em razão de pedido de vista solicitado pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS).
No ano ado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reestabeleceu as condenações de 73 policiais que atuaram na ação, responsável pela morte de 111 detentos. As penas, que variam de 125 a 600 anos de cadeia, foram anuladas em 2018 pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP).