Moraes rejeita recursos e multa advogado de Silveira em R$ 2 mil
Segundo Alexandre Moraes, advogado cometeu “abuso do direito de recorrer” ao protocolar diversos recursos às vésperas do julgamento
atualizado
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou recursos protocolados pela defesa do deputado federal Daniel Silveira (União Brasil-RJ) e determinou multa ao advogado Paulo César Rodrigues de Faria, que representa o parlamentar.
Para o juiz, o advogado agiu de má-fé ao protocolar diversos recursos com objetivo de adiar o julgamento da ação penal contra Silveira, que ocorre nesta quarta (20/4), às 14h, em plenário. Segundo Moraes, o advogado cometeu “abuso do direito de recorrer”. A pena estipulada é de R$ 2 mil.
“Considerada a interposição de sucessivos recursos manifestamente inissíveis, improcedentes, ou meramente protelatórios, com objetivo de postergar o julgamento de mérito desta ação penal, fixo multa no valor de R$ 2 mil em desfavor do advogado Paulo césar Rodrigues de Faria”, consta na decisão.
O parlamentar, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), é réu por estimular atos antidemocráticos e atacar instituições. Ele é acusado de incitar animosidade entre as Forças Armadas e o STF e impedir o livre exercício do Poder Judiciário.
Veja a decisão na íntegra:
Decisão na Ação 1044 by Manoela Alcântara on Scribd
A Ação Penal (AP) nº 1.044 elenca as acusações atribuídas ao parlamentar pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A expectativa para o julgamento é de tensão, pois, nos bastidores, espera-se que o ministro André Mendonça, indicado à Corte por Bolsonaro, peça vista do processo, a fim de atrasar a análise.
Silveira chegou a ser preso em fevereiro de 2021 por divulgar um vídeo em que ameaça os ministros do STF. O parlamentar ainda enalteceu o Ato Institucional nº 5, o AI-5, e disse: “Vocês deveriam ter sido destituídos do posto de vocês e uma nova nomeação, convocada e feita de 11 novos ministros. Vocês nunca mereceram estar aí e vários também que já aram não mereciam. Vocês são intragáveis, inaceitáveis, intolerável Fachin”.
Hoje com tornozeleira, o deputado continua proibido de dar entrevistas, de ar outros investigados nos Inquéritos nº 4.781 e nº 4.828 (que apuram atos antidemocráticos), de participar de eventos públicos e de frequentar redes sociais.