Defesa de Bolsonaro pede que Moraes suspenda audiências no STF
Defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro busca mais tempo para poder analisar as provas da acusação na ação penal sobre suposta trama golpista
atualizado
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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu, nesta sexta-feira (23/5), ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para suspender o andamento da instrução probatória – fase em que se realizam os atos processuais destinados à produção de prova – na ação penal sobre suposta tentativa de golpe de Estado.
A defesa pede que as audiências com testemunhas no STF, no âmbito da ação penal que apura possíveis crimes cometidos pelo chamado núcleo 1 de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), sejam suspensas.
Os advogados entendem que o volume de provas e os obstáculos técnicos para á-las inviabilizam a preparação da defesa, configurando cerceamento de ampla defesa. Os representantes de Bolsonaro alegam que a Polícia Federal (PF) começou a disponibilizar os arquivos somente no dia 14 de maio, porém eles enfrentam problemas para ar as provas.
A defesa aponta que está lidando com links corrompidos, falta de senhas e pastas desorganizadas.
Outro ponto levantando pelos advogados é que, mesmo com os dados compactados, a análise dos documentos não seria finalizada antes do dia 2 de junho, data onde será finalizada a oitiva dos depoimentos concedidos por testemunhas ao STF acerca do núcleo 1 da trama golpista.
O documento enviado ao STF critica o uso de recortes de mensagens pela acusação, sem que a defesa consiga localizar os diálogos completos nos arquivos fornecidos. Um exemplo citado é a dificuldade de encontrar uma conversa entre Mauro Cid e o general Mario Fernandes, cujos trechos foram usados na denúncia, mas, segundo a defesa de Bolsonaro, não estavam nas pastas indicadas pela PF.