Saiba quem é Aldo Rebelo, que discutiu com Moraes em audiência no STF
Ministro Alexandre de Moraes advertiu o ex-ministro da Defesa de que poderia ser preso por desacato, caso não se comportasse
atualizado
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O ex-ministro da Defesa do governo de Dilma Rousseff, Aldo Rebelo, na gestão de 2015 a 2016, depôs como testemunha de defesa de Almir Garnier em audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (23/5). Durante a oitiva, ele teve uma discussão acalorada com o ministro Alexandre de Moraes.
Ao ser questionado pelo advogado de Garnier, Demóstenes Torres, sobre um possível apoio do cliente a uma tentativa de golpe, Rebelo tentou interpretar a língua portuguesa. Moraes o advertiu, dizendo: “Se não se comportar, será preso por desacato”.
Quem é
Aldo Rebelo tem vasta experiência no meio político. Ele iniciou na carreira parlamentar em 1988, ao se eleger como vereador pelo PCdoB. Em 1990 chegou à Câmara dos Deputados, sendo reeleito até 2002.
Ele foi presidente da Câmara dos Deputados de 2005 a 2007. Elegeu-se novamente deputado nas eleições de 2010. Foi ministro de Relações Institucionais de 2004 a 2005, ministro do Esporte de 2011 a 2014 e ministro da Ciência e Tecnologia, a partir de 2015.
O início da carreira política de Rebelo foi marcado por estar ligado mais com a esquerda, porém o parlamentar adotou posições que o afastaram do espectro, pendendo mais para a direita.
Treta com Moraes
Na audiência desta sexta, no STF, Demóstenes perguntou a Rebelo se seria possível a Marinha, comandada por Garnier, dar um golpe sozinha. O advogado de Garnier também citou que, segundo a denúncia, Garnier colocou as tropas à disposição do então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
Rebelo começou a responder declarando: “Na língua portuguesa, precisamos colocar em consideração a força de expressão. Quando alguém diz ‘estou frito’, não significa que esteja dentro de uma frigideira. Quando alguém diz ‘estou à disposição’, não significa literalmente o que quer dizer’”.
Moraes interveio: “O senhor estava naquela reunião? Não? Então, o senhor não tem condições de avaliar a língua portuguesa naquela ocasião. Atenha-se aos fatos”.
Rebelo retrucou: “A minha avaliação da língua portuguesa é minha”.
Moraes respondeu: “Se não se comportar, será preso por desacato”.
Rebelo: “Estou me comportando”.
Moraes: “Então, responda à pergunta. Responda: sim ou não”.
Rebelo: “Não. Não posso responder sim ou não”.
O advogado, então, partiu para outra pergunta.