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(Photo by Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images)Getty Images3 de 10SANTA COLOMA DE GRAMENET, BARCEL, SPAIN - NOVEMBER 30: Photographer Sebastião Salgado speaks during the award ceremony for the 1st Joan Guerrero Prize, at the Besos River Park, on 30 November, 2024 in Santa Coloma de Gramenet, Barcelona, Catalonia, Spain. Brazilian photographer Sebastião Salgado received the 1st Joan Guerrero Award during a posthumous tribute to the Catalan photographer, who died in April. The event was held as part of the acts of recognition to Guerrero, organized by Catalunya Mirades Solidaries together with the Diputacio de Barcelona, the City Council of Santa Coloma de Gramenet and MNAC. 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A recriação do paraíso, segundo Sebastião Salgado

Sebastião Salgado recebeu em 2019 um dos prêmios literários mais prestigiosos da Alemanha por seu engajamento pelo meio ambiente

atualizado

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Instituto Terra
Sede do Instituto Terra, na Fazenda Bulcão, em Aimoré
1 de 1 Sede do Instituto Terra, na Fazenda Bulcão, em Aimoré - Foto: Instituto Terra

O fotógrafo  Sebastião Salgado recebeu em 2019 um dos prêmios literários mais prestigiosos da Alemanha não só por sua obra, mas por seu engajamento pelo meio ambiente. Na terra natal, o Brasil, ele faz renascer a floresta perdida de sua infância.

Filas intermináveis ​​de mudas crescem pacificamente em direção ao céu azul de Aimorés, em Minas Gerais. “Aqui nesse viveiro germinam as sementes de mudas nativas da Mata Atlântica”, explica Isabella Salton, diretora do Instituto Terra. Até 1,2 milhão de mudas por ano, de até 100 variedades. São números impressionantes os exibidos pelo Instituto Terra, fundado em 1999 por Sebastião Salgado e a esposa dele, Lélia Wanick Salgado.

As florestas nas colinas que cercam as antigas casas de fazenda estão cinzas e sem folhas após meses de seca, mas com a estação chuvosa de novembro, a fazenda se transformará num mar verde de copas das árvores.

Em um pôster, é possível ver as alterações na fazenda de 700 hectares em intervalos de seis anos. No ano de 2000, nada além de terra marrom; em 2006, o verde já predominava; em 2012, um tapete verde exuberante pode ser visto. No total, até 2019, haviam sido plantadas 2,5 milhões de árvores na fazenda.

10 imagens
MADRID, SPAIN - 2023/09/12: Photographer Sebastiao Salgado during the inauguration of the exhibition AMAZONIA in Fernan Gomez Centro Cultural de la Villa of Madrid. Sebastiao Salgado undertook a photographic and human journey for seven years that led him to discover the most remote areas of the Amazon jungle and its inhabitants, showing more than 200 black and white photographs in the exhibition. (Photo by Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images)
SANTA COLOMA DE GRAMENET, BARCEL, SPAIN - NOVEMBER 30: Photographer Sebastião Salgado speaks during the award ceremony for the 1st Joan Guerrero Prize, at the Besos River Park, on 30 November, 2024 in Santa Coloma de Gramenet, Barcelona, Catalonia, Spain. Brazilian photographer Sebastião Salgado received the 1st Joan Guerrero Award during a posthumous tribute to the Catalan photographer, who died in April. The event was held as part of the acts of recognition to Guerrero, organized by Catalunya Mirades Solidaries together with the Diputacio de Barcelona, the City Council of Santa Coloma de Gramenet and MNAC. (Photo By Lorena Sopena/Europa Press via Getty Images)
Fotos de Sebastião Salgado estão em exposição na França: "Minha vida"
MILAN, ITALY - MAY 11: Sebastiao Salgado and Lelia Wanick Salgado attend the Photographic Exhibition Inauguration of Sebastiao Salgado's "Amazonia" at Fabbrica del Vapore on May 11, 2023 in Milan, Italy. (Photo by sco Prandoni/Getty Images)
COLOGNE,  - FEBRUARY 06:  Brazilian documentary photographer Sebastiao Salgado and his wife Lelia Wanick Salgado attend the exhibition opening "Gold" by Sebastiao Salgado at Galerie Bene Taschen on February 06, 2020 in Cologne, . (Photo by Andreas Rentz/Getty Images)
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MADRID, SPAIN - 2023/09/12: Photographer Sebastiao Salgado during the inauguration of the exhibition AMAZONIA in Fernan Gomez Centro Cultural de la Villa of Madrid. Sebastiao Salgado undertook a photographic and human journey for seven years that led him to discover the most remote areas of the Amazon jungle and its inhabitants, showing more than 200 black and white photographs in the exhibition. (Photo by Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images)

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MADRID, SPAIN - 2023/09/12: Photographer Sebastiao Salgado during the inauguration of the exhibition AMAZONIA in Fernan Gomez Centro Cultural de la Villa of Madrid. Sebastiao Salgado undertook a photographic and human journey for seven years that led him to discover the most remote areas of the Amazon jungle and its inhabitants, showing more than 200 black and white photographs in the exhibition. (Photo by Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images)

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SANTA COLOMA DE GRAMENET, BARCEL, SPAIN - NOVEMBER 30: Photographer Sebastião Salgado speaks during the award ceremony for the 1st Joan Guerrero Prize, at the Besos River Park, on 30 November, 2024 in Santa Coloma de Gramenet, Barcelona, Catalonia, Spain. Brazilian photographer Sebastião Salgado received the 1st Joan Guerrero Award during a posthumous tribute to the Catalan photographer, who died in April. The event was held as part of the acts of recognition to Guerrero, organized by Catalunya Mirades Solidaries together with the Diputacio de Barcelona, the City Council of Santa Coloma de Gramenet and MNAC. (Photo By Lorena Sopena/Europa Press via Getty Images)

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COLOGNE, - FEBRUARY 06: Brazilian documentary photographer Sebastiao Salgado and his wife Lelia Wanick Salgado attend the exhibition opening "Gold" by Sebastiao Salgado at Galerie Bene Taschen on February 06, 2020 in Cologne, . (Photo by Andreas Rentz/Getty Images)

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Sebastião Salgado

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Sebastião Salgado

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“A gente tem medido esse sucesso pela continuidade dessa floresta, pela volta da água em muitas das nascentes que estavam secas, e principalmente pela volta dos animais”, diz Salton. “À medida que foi construído um ambiente melhor e mais adequado, estes animais espontaneamente voltaram. Então, você encontra desde aves, mamíferos, répteis, anfíbios, várias espécies ameaçadas que hoje são encontradas aqui dentro da fazenda.”

Para Salgado, o instituto é o maior projeto de sua impressionante carreira. Mas a decisão de se dedicar à natureza foi precedida por uma experiência traumática. “Eu estava saindo de uma reportagem muito dura que eu fiz sobre as migrações”, lembra-se Salgado, numa entrevista em 2013, se recordando da época em que fotografava para sua obra Êxodos.

“Eu saí machucado daquela história, vi a morte de uma forma terrível, e a violência provocada por nós mesmos. Eu não acreditava mais que a espécie humana tinha uma possibilidade de sobrevivência. Neste momento, me retirei da fotografia”, disse.

O início do projeto

Foi exatamente nessa época que seus pais transferiram a posse da fazenda para ele e sua mulher, Lélia. Salgado ficou chocado, nada mais restava daquela floresta mágica pela qual ele eava quando criança e onde ele percebeu conscientemente pela primeira vez a magia da luz e da sombra. Pecuária e erosões transformaram a fazenda em uma paisagem lunar.

“Quando nós recebemos aquela terra, ela estava tão ferida quanto eu, tão morta como eu. Tinha sido um vale ecologicamente fantástico. Quando eu era menino, esta fazenda tinha mais de 50% de cobertura florestal, de Mata Atlântica. Eu cresci no paraíso. Mas então, estava totalmente destruída, nós tínhamos menos que 0,5% de cobertura florestal.”

Sua esposa teve, então, a ideia, disse Salgado. “A Lélia falou: Tião, você falou pra mim que você cresceu no paraíso. Vamos reconstruir o paraíso, vamos replantar a floresta.” Com a ajuda de amigos e patrocinadores financeiramente fortes, eles começaram o projeto.

Os vizinhos ficaram bastante surpresos, segundo Isabella Salton. Porque até então, floresta sempre foi cortada para criar áreas de pastagem para gado e campos para plantio. “Era uma coisa muito na contramão do que se pensava”, diz. “Hoje, com a seca e todas essas mudanças climáticas que têm acontecido, o produtor tem sofrido muito, principalmente com a falta de água. Aí ele começa a entender.”

O Instituto Terra fornece a maioria de suas mudas aos agricultores da região que também desejam reflorestar suas terras. Em particular, o projeto Olho D’Água tem recepção favorável. Ele recupera, através do replantio, fontes que estão secando. Além disso, a escola agrícola no terreno do instituto dá formação profissional a jovens da região. Eles devem implementar as ideias da silvicultura sustentável no futuro nas fazendas de seus pais.

“A árvore é como um ser humano”

Para Salgado também, a floresta emergente foi como um despertar. “Quando eu vi as primeiras árvores nascerem, numa terra que era completamente morta, quando eu vi os pássaros voltarem, quando eu vi a água voltar, eu compreendi que a árvore é como um ser humano. Um ser humano quando nasce você precisa proteger, você precisa ensinar a andar, a falar. Uma árvore é igualzinho.”

Sua virada para a natureza lhe devolveu a esperança no mundo e na humanidade. “Quando vi aquela vida, de uma maneira tão elegante, tão forte, voltar, comecei a acreditar que podemos fazer de outra forma, que existe esperança, e que a esperança seguramente está ligada ao planeta.”

Essa nova esperança o inspirou a escrever sua carta de amor monumental à Terra, o livro Gênesis (2013). O conjunto de sua obra foi homenageado com o Prêmio da Paz do Comércio Livreiro Alemão, uma das premiações literárias mais prestigiadas da Alemanha, entregue em 2019 durante o encerramento da Feira do Livro de Frankfurt.

“Ao descrever suas emocionantes imagens, consistentemente em preto e branco, como um ‘tributo à grandeza da natureza’ e tornar a terra desfigurada tão visível quanto sua beleza frágil, Sebastião Salgado nos dá a chance de perceber a Terra como ela é: como um habitat que não nos pertence só a nós e que precisa a todo custo ser preservado”, disse o júri ao anunciar a escolha de Salgado.

Resposta ao desastre de Mariana

O otimismo do fotógrafo não foi abalado nem mesmo pela tragédia de Mariana, considerada o maior desastre ambiental do Brasil. No final de 2015, uma barragem com rejeitos de mineração se rompeu, provocando um deslizamento de terra e contaminando o Rio Doce, não muito longe do Instituto Terra.

Em poucos dias, Salgado já tinha na mão um plano para recuperar o rio morto. Com milhões de mudas, ele quer reflorestar as florestas marginais do Rio Doce assim como de seus afluentes.

“Nesses próximos vinte anos quero ver se antes de morrer a gente deixa esse vale bem recuperado, bem parecido com o que era no início do século ado”, disse Salgado numa entrevista em 2016.

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