Dá para emagrecer e continuar tomando cerveja? Tire a dúvida

Você não leu errado. Uma das perguntas mais buscadas no Google, ultimamente, tem sido “ingerir bebida alcoólica anula o efeito da vacina?”. A partir disso, fica claro como, se tem algo que o brasileiro gosta, é a tal da cerveja.

Quando o objetivo é emagrecimento, a dúvida não muda. Para muitos, a maior dificuldade quando se trata de mudanças de hábito é deixar a cervejinha de lado. Por isso, é bom esclarecer sobre essa questão.

Sim, é possível emagrecer ingerindo bebida alcoólica, mas alguns pontos precisam ser esclarecidos. Vou citar o exemplo de um paciente sedentário, que fazia ingestão de quatro garrafas de cerveja diariamente e não seguia um planejamento alimentar. Ele sofria com problemas na balança e não conseguia perder peso. Após a consulta nutricional, foi negociado para que iniciasse a atividade física e mudasse alguns hábitos. A bebida foi liberada, porém, na quantidade de uma garrafa ao invés de quatro.

O paciente evoluiu e iniciou a prática de atividade física. Quando terminava sua atividade, podia ingerir a cerveja de sua preferência. Ao final do tempo estipulado para alcançar os objetivos, esse paciente conseguiu, sim, perder os desejados quilinhos na balança.

Ou seja: a bebida alcóolica, quando inserida dentro de uma margem de controle e bem negociada com o paciente, além de gerar maior adesão ao planejamento alimentar, já que o paciente permanece sentindo o prazer da bebida, pode ser uma estratégia interessante.

Isentar o indivíduo do peso da restrição, ainda com detalhes sutis, motiva a pessoa a se comprometer de forma leve com uma rotina saudável. É preciso lembrar, também, que somos produto das ações que tomamos na maior parte do tempo. Embora você faça ingestão de bebida alcoólica, se seguir hábitos saudáveis, o organismo irá refletir isso.

No entanto, fica o alerta de que todo exagero é prejudicial. O álcool contém 7 kcal por grama, perdendo apenas para gordura, com 9 kcal por grama. Além de conter diversos compostos tóxicos ao organismo, dificultando a manutenção da massa magra, não é algo para se extravasar. Isso não quer dizer, porém, que o consumo não possa existir.

(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica