Não jogue fora: cascas de banana podem virar um adubo potente e barato
Evite erros comuns e aprenda a transformar as cascas de banana, resíduo comum da cozinha, em um fertilizante de qualidade
atualizado
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Em tempos de crise ambiental e consumo consciente, até o que vai para o lixo pode ganhar um novo valor. Um exemplo clássico – e muitas vezes despercebido – está na fruteira da cozinha: as cascas de banana. Isso mesmo. O que poderia terminar no saco do lixo orgânico pode, na verdade, ser o primeiro o para um jardim mais fértil, saudável e sustentável.
Quem explica é Alexandre Rates, técnico agrícola, educador ambiental e ecologista da Fundação Gaia.
Para ele, a casca de banana é um recurso valioso – desde que tratada corretamente. “A casca de banana é perfeita para entrar num processo de decomposição total. Na natureza, tudo fica na superfície do solo e se decompõe aos poucos, graças à ação de fungos, bactérias, pequenos insetos e minhocas”, conta.
O que não fazer com as cascas de banana
Mas atenção: segundo Alexandre, não vale simplesmente bater a casca no liquidificador e despejar sobre a terra. A prática, que tem ganhado espaço na internet, pode causar mais mal do que bem. “Isso cria um descontrole fitossanitário. Você pode acabar alimentando fungos e micro-organismos que vão prejudicar as raízes das plantas. A decomposição precisa ser feita com cuidado, em um ambiente controlado”, alerta Rates.

Forma certa de produzir o adubo
A solução recomendada por ele é simples e ível: a compostagem doméstica. Existem diversos modelos de composteiras – desde baldes empilháveis até estruturas mais elaboradas – que usam minhocas específicas para acelerar o processo e eliminar odores. A casca de banana, junto a outros resíduos como borra de café, erva-mate e cascas de frutas, entra nesse sistema e, ao fim de algumas semanas, se transforma em húmus, o adubo orgânico mais rico e eficiente que a natureza pode oferecer.
“É mais limpo, mais sanitário e incrivelmente mais eficiente para a planta e para o solo”, reforça Rates. Ele faz um alerta: nem tudo pode ser compostado. Arroz, feijão e alimentos cozidos devem ficar de fora. Já restos crus de frutas, verduras e até papel engordurado são bem-vindos.

Além dos benefícios diretos para as plantas, compostar em casa reduz significativamente o volume de lixo enviado a aterros sanitários. “É uma maneira de devolver à terra o que ela nos dá, fechando o ciclo com responsabilidade”, conclui o especialista.