Experts avaliam se dá para ser amigo do ex, como Virginia e Zé Felipe
Especialistas comentam sobre quando é saudável manter amizade com o ex e os cuidados emocionais após o término de uma relação amorosa
atualizado
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O fim do casamento entre a influenciadora Virginia Fonseca e o cantor Zé Felipe está movimentando as redes sociais. Em um comunicado conjunto publicado na terça-feira (27/5), o casal anunciou a separação, mas surpreendeu ao afirmar que continuará unido — agora como amigos —, com foco principal na criação dos três filhos: Maria Alice, Maria Flor e José Leonardo.
“Juntos sempre e, agora, de uma maneira diferente”, escreveram. A atitude levantou uma pergunta que muitos se fazem após um término: é possível manter amizade com um ex?
A resposta, segundo o psicólogo Vitor Barros, é: depende. “É possível sim terminar um relacionamento e continuar mantendo a amizade com o ex. Mas isso depende de vários fatores e, por isso, não dá para colocar numa regra”, explica.
Para o especialista, o vínculo construído ao longo da relação, a forma como o término aconteceu e, principalmente, a maturidade emocional de cada um são determinantes para que a amizade pós-relacionamento seja saudável.
Já para o psicólogo Alexander Bez, especialista em relacionamentos pela Universidade de Miami (UM), quando o término ocorre de maneira respeitosa, sem traições ou mágoas profundas, há mais chances de que o ex-casal consiga ressignificar essa conexão e dar lugar a uma amizade genuína.
“Essa transição costuma ser mais tranquila quando existe maturidade emocional dos dois lados”, afirma Bez.
O tempo do luto emocional
Um dos maiores riscos ao tentar transformar um romance em amizade logo após o término é ignorar o chamado “luto” da relação. “O mais saudável é que cada um possa vivenciar o fim antes da reaproximação como amigos”, destaca Barros.
Sem esse tempo de distanciamento e reflexão, é comum que a amizade sirva como fuga para a dor ou até como tentativa inconsciente de reconciliação.
“O tempo ideal para tentar uma amizade com o ex não é exato nem universal. É o tempo em que a pessoa compreende sua maturidade, respeita o outro e reconheça que aquele ciclo se encerrou”, pontua o psicólogo.
Amizade ou recaída?
Manter o contato pode ser arriscado quando há expectativas de reconciliação de um dos lados. “Se alguém ainda alimenta esperanças, talvez o encerramento da relação não tenha sido bem processado”, alerta Barros. Reconhecer esse tipo de sentimento é essencial para evitar novas frustrações e repetir padrões que levam ao sofrimento.
Quando o vínculo permanece necessário
Para casais que têm filhos ou negócios em comum — como é o caso de Virginia e Zé Felipe —, a convivência após o fim se torna inevitável. Nesses casos, estabelecer limites claros é fundamental.
“É preciso pensar de forma menos egoísta. Existe um bem coletivo a ser preservado, seja o bem-estar das crianças ou a saúde de uma empresa. Ser explícito sobre a nova forma de contato ajuda a manter a harmonia”, afirma o especialista.
O psicólogo Alexander Bez observa que relacionamentos que resultaram em filhos tendem a ter maior chance de manter uma amizade saudável. “O vínculo parental, naturalmente, exige algum nível de convivência e, quando bem conduzido, pode evoluir para uma relação amistosa e funcional, sem prejuízos emocionais”, ressalta.
O reencontro com a individualidade
Independente da possibilidade de amizade, o psicólogo Vitor Barros reforça a importância de se reconectar consigo mesmo após o término. “Retomar hobbies, rotinas, sua autenticidade. Um término torna-se danoso quando a identidade do casal era a única existente, sem espaço para a individualidade”, conclui.