9 declarações feministas de 2016 para nunca esquecer
De Hillary Clinton a Karol Conka as mulheres ampliaram sua voz e lutaram por respeito e igualdade
atualizado
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1. Nas considerações finais de um debate durante a eleição, Marcelo Crivella atribuiu o sucesso da transmissão à beleza das apresentadoras, Mariana Godoy e Amanda Klein.
Mariana Godoy não precisou dizer uma palavra para combater o machismo dessa afirmação. Ela deu apenas um “tchauzinho de miss” e ironizou a fala do bispo.
2 . A escritora africana Chimamanda Ngozi Adichie não quis contar sobre sua gravidez ao público. O motivo é para lá de girl power. Para ela, nos últimos tempos, a gestação tornou-se algo “performático” e impositivo.
“Eu me sinto como se vivêssemos numa época em que cabe às mulheres interpretar a gestação. Por outro lado, nós não esperamos que os pais interpretem a paternidade. Fui para um esconderijo, quis esse momento o mais pessoal possível.”
3. Hillary Clinton não se tornou a primeira mulher a ser presidente dos Estados Unidos, mas inspirou meninas no mundo todo a acreditarem que não há nada que gênero as impeça de fazer.
“Eu sei, eu sei que ainda não quebramos aquele telhado de vidro mais alto e mais duro de todos, mas algum dia alguém o fará, e esperemos que isso aconteça em menos tempo do que talvez estejamos antevendo neste momento… E, a todas as garotinhas que estiverem assistindo, nunca duvidem que vocês são valiosas, são poderosas e merecem todas as chances e as oportunidades no mundo para correr atrás de seus sonhos e realizá-los.”
4. Na semifinal do Masterchef Brasil, em agosto de 2016, o jurado Jacquim gostou dos pratos apresentados pelas concorrentes Raquel e Bruna. Ele afirmou que as participantes estavam “prontas para casar”. A jurada Paola Carosella não deixou barato.
– Por que para casar? Elas estão prontas para comandar um restaurante estrelado, disse a chef,
5. A rapper Karol Conka e MC Carol lançaram a música “100% feminista”. Conka também não se calou diante da postura inapropriada de um homem que fez gestos obscenos para ela durante um show. A artista mandou os seguranças tirá-lo do show.
Ele começou a gritar que eu não sabia quem ele era. Que era rico e poderoso. Virei uma garrafa d’água na cabeça dele. E ei um sermão no palco
6. Entre as vozes que a internet ajudou a ampliar, está a da mestre em filosofia política e secretária adjunta de direitos humanos de São Paulo, Djamila Ribeiro. Ela é uma das principais defensoras do feminismo interseccional, que leva em consideração fatores como classe social e o racismo na militância.
É preciso discutir por que a mulher negra é a maior vítima de estupro no Brasil. Quando a gente fala de cultura do estupro é necessário fazer essa relação direta entre cultura do estupro e colonização

7. Em uma participação no programa Raul Gil. Eliana, a dos dedinhos, não perdeu a chance de defender os direitos das mulheres.
“Existe machismo demais no nosso país em tudo. Por exemplo, com relação ao salário. Eu acho que os homens — seja na TV, no esporte, no escritório, em qualquer lugar –, se você exerce a mesma função, a mulher sempre ganha menos.”
8. A esgrimista Ibtihaj Muhammad foi a primeira mulher esportista afro-americana e muçulmana a competir nos Jogos Olímpicos usando o véu conhecido como hijab. Ela falou sobre o preconceito que enfrenta.
“Sou apenas um Zorro de hijab. Eu não ia permitir que os equívocos de outras pessoas mudassem minha jornada”, afirmou em uma entrevista.
9. Raymond Moore, então diretor do Torneio de Indian Wells, declarou que o tênis feminino era empurrado pelo sucesso do masculino. “Se fosse uma jogadora, me ajoelharia todas as noites e agradeceria a Deus pelo nascimento de Roger Federer e Rafael Nadal porque eles carregam este esporte”.
Em resposta, Serena Williams disse: “Obviamente, eu não acho que qualquer mulher deve se ajoelhar para agradecer alguém. Nós, mulheres, percorremos um longo caminho. Por isso, não devemos nos ajoelhar em nenhum momento.”