Sarcopenia: especialistas explicam quando se preocupar com a doença
A sarcopenia afeta principalmente os idosos, mas sem uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios, pode surgir mais cedo
atualizado
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Tradicional na terceira idade, a sarcopenia é uma condição em que os músculos perdem força e volume, dificultando movimentos básicos, como levantar-se de uma cadeira ou carregar objetos. Apesar de ser comum, uma rotina alimentar adequada e prática regular de exercícios podem evitar o desenvolvimento do quadro.
O processo natural da doença começa por volta dos 40 anos e, além de fatores como alimentação ruim e sedentarismo, doenças também podem ser determinantes para acelerar a sua evolução.
“Além da perda muscular esperada com o envelhecimento, diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da sarcopenia. Entre os principais estão as doenças crônicas, como diabetes, câncer e alterações hormonais, especialmente aquelas que reduzem os níveis de hormônios sexuais, como a testosterona. O hipogonadismo no envelhecimento, por exemplo, pode acelerar esse processo”, explica o geriatra Marcelo Altona, do Hospital Albert Einstein.
Em quadros mais evoluídos, a sarcopenia pode causar problemas no dia a dia do paciente. Os médicos apontam que, quando se percebe dificuldade para caminhar, desequilíbrio constante ou quedas, é importante procurar um profissional de saúde para traçar um plano e reverter o quadro.
Sinais da sarcopenia
- Os principais sinais da sarcopenia incluem: fraqueza muscular, dificuldade para levantar de uma cadeira, perda de peso, caminhada lenta, desequilíbrio ao andar em terrenos acidentados, quedas constantes e dificuldade para realizar atividades físicas, como subir escada, por exemplo.
- Para prevenir a doença, deve-se realizar musculação com regularidade e ter uma dieta rica em proteínas.
- A condição pode aumentar o risco de lesões e fraturas decorrentes de acidentes e traumas.
Sarcopenia tem relação com a demência?
A sarcopenia não é um problema que afeta apenas a mobilidade, já que pessoas com o quadro tendem a ficar mais isoladas — isso prejudica a saúde do cérebro e pode aumentar o risco de demências. O caminho inverso também costuma acontecer, quando a demência gera a sarcopenia.
“O declínio neurológico reduz a ativação da musculatura e a prática de atividades físicas, acelerando o processo de perda muscular, sem contar a desnutrição secundária que tende a se instalar nos pacientes com demência”, aponta Altona.
Manter-se ativo fisicamente é essencial para ajudar a preservar a autonomia, o convívio social e, consequentemente, a saúde cognitiva, reduzindo o impacto de demências e outros quadros neurodegenerativos.

Importância da nutrição para evitar a sarcopenia
Para evitar a perda significativa de músculos, a alimentação tem papel importante. O consumo adequado de proteínas ao longo do dia é mais eficiente do que apenas aumentar a ingestão diária total, pois mantém um estímulo constante para a construção muscular.
“Além da proteína, outros nutrientes são essenciais para a saúde muscular, incluindo ácidos graxos ômega-3, que podem melhorar a síntese de proteínas musculares, e antioxidantes como carotenoides e polifenóis, que ajudam a combater o estresse oxidativo nas células musculares. A vitamina D também é crucial, pois a deficiência está associada a uma pior função muscular e maior risco de sarcopenia”, destaca o professor de nutrição Leandro Rodrigues, da Universidade Católica de Brasília.
Para complementar a dieta, o uso de suplementos como whey protein e creatina pode ser útil para idosos que têm dificuldade em consumir proteínas suficientes apenas pela alimentação. No entanto, o mais importante é que a dieta seja acompanhada por exercícios físicos, especialmente o treino de resistência.
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