Pipoca é janta? Nutricionistas explicam se alimento substitui refeição

Já jantou pipoca? Muita gente, especialmente quem mora sozinho e está com preguiça de cozinhar, acaba recorrendo ao milho estourado como refeição.

A pipoca, quando preparada de forma saudável, pode ser uma opção interessante para incluir na alimentação. “É um ótimo alimento. Ela é rica em fibras, o que traz muita saciedade, e ainda possui outros benefícios, como antioxidantes e polifenóis, que têm propriedades anti-inflamatórias e contribuem para a longevidade”, explica a nutricionista clínica Jhenevieve Cruvinel.

No entanto, as especialistas entrevistadas pelo Metrópoles, alertam que, apesar dos benefícios, a pipoca não deve substituir uma refeição completa, já que tem baixo teor de proteínas e alguns micronutrientes essenciais.

“Não é interessante usar a pipoca isoladamente para o jantar. Uma refeição completa precisa incluir carboidrato, proteína, gordura de boa qualidade e vegetais”, destaca a nutricionista Mariana Melendez, doutora em nutrição, que atua em Brasília.

Para quem gosta de consumir pipoca no jantar, a alternativa pode ser combiná-la com outras fontes nutricionais. “Eu sugiro incluir um suco ou uma vitamina proteica. Assim, o paciente teria benefícios da fibra da pipoca sem abrir mão de uma fonte de proteína”, orienta a nutricionista Carla Bispo, da clínica Metasense, em Brasília.

Benefícios da pipoca

• A pipoca é rica em fibras, que auxilia na digestão e regula o colesterol.
• Também é fonte de antioxidantes e polifenóis, que ajudam a prevenir doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.
• Possui baixa densidade calórica quando feita sem excesso de gordura e sal pode ser aliada na dieta.
• Contém vitaminas do complexo B essenciais para o metabolismo e produção de energia.
• A pipoca também ajuda a reduzir a vontade de beliscar por prolongar a sensação de saciedade.

Existe algum risco em consumir a pipoca como refeição?

Embora a pipoca tenha benefícios nutricionais, usá-la como substituta de uma refeição completa pode trazer riscos para a saúde. O principal problema é a falta de equilíbrio entre os nutrientes essenciais.

“O risco é consumir carboidrato em excesso. Se a pessoa souber dosar, trocando, por exemplo, o arroz ou a batata pela pipoca no lanche da noite, pode ser uma troca interessante. Mas se a pipoca se tornar a única fonte da refeição, não há equilíbrio nutricional”, alerta Mariana.

Além da falta de proteínas, vitaminas e minerais, o consumo frequente do alimento no jantar pode causar outros impactos no organismo.

“O maior risco é a deficiência nutricional, elevando o consumo de carboidratos em detrimento de outros nutrientes essenciais. Isso pode gerar um efeito rebote, aumentando a fome em outros horários, além de contribuir para a perda de massa muscular e óssea a longo prazo”, explica a nutricionista Jhenevieve.

Como preparar uma pipoca saudável?

O modo de preparo influencia diretamente nos benefícios da pipoca. Embora seja uma boa fonte de fibras e carboidratos, o uso excessivo de gorduras pode torná-la uma opção menos saudável.

“Se for uma preparação rica em manteiga, que é uma gordura saturada, a pipoca se torna não saudável, podendo elevar o risco cardiovascular dependendo da frequência de consumo”, explica a nutricionista Mariana.

Para manter a pipoca nutritiva, a recomendação é prepará-la sem óleo ou manteiga. “A forma mais saudável é usar pipoqueiras elétricas que não precisam de gordura para estourar o milho. Outra opção interessante é fazer no micro-ondas, colocando a pipoca em um recipiente de vidro com um pouco de água, cobrindo com papel-filme e fazendo furinhos para liberar o vapor”, sugere a nutricionista.

Outra alternativa prática e sem gordura é preparar a pipoca dentro de um saco de papel no micro-ondas. “Basta colocar os grãos dentro de um saco de papel, dobrar bem a abertura e levar ao micro-ondas na opção ‘pipoca’, acompanhando o tempo para evitar queimar. Depois, é só transferir para um recipiente e, se quiser, adicionar um fio de azeite, sal e orégano para dar mais sabor, sem precisar de óleo ou manteiga”, ensina a nutricionista Carla.

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