Pacientes com leucemia recidiva aguda ganham nova opção de tratamento
Oito em cada dez usuários do medicamento recém-aprovado pela Anvisa apresentaram remissão completa da doença
atualizado
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Pacientes que apresentam recidiva de leucemia linfocítica aguda (LLA) possuem uma nova opção de terapia que a longe da quimioterapia. A terapia alvo Besponsa (inotuzumabe ozogamicina), produzida pela Pfizer, teve seu uso aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já pode ser istrada para pessoas com mais de 18 anos que estão, novamente, com a doença e os casos refratários à quimioterapia.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, 10,8 mil pessoas devem ser diagnosticadas com leucemia no Brasil em 2019 e 6,8 mil morrerão por complicações da doença. O medicamento ajuda a reduzir a quantidade de células defeituosas para a realização do transplante de medula óssea. De acordo com Marjori Dulcine, diretora médica da empresa, a combinação do remédio com o transplantes garante a sobrevivência de oito em cada dez pacientes.
Ao contrário da quimioterapia convencional, que mata todas as células, boas ou ruins, a terapia alvo atua apenas em receptores específicos e destrói só as células com tumor sendo, por isso, bem menos tóxica. O mecanismo de ação funcionaria como um cavalo de tróia, que entra no corpo e só libera os soldados quando chega ao lugar correto. “A primeira linha segue sendo quimioterapia, mas cerca de 44% dos casos adultos têm recidiva, e é aí que esse medicamento novo entra”, explica Vivian Blunk, líder médica de hematologia da Pfizer.
O chefe do departamento de hematologia do hospital Albert Einstein, em São Paulo, e professor da USP Nelson Hamershlak conta que grande parte dos pacientes acaba tendo que fazer o transplante em algum ponto do tratamento. “Quanto menor o nível da doença, maior a chance do transplante funcionar. Esta medicação é uma arma muito potente para conseguir realizar a remissão e a cirurgia nos pacientes. É uma opção diferente”, afirma.
Por enquanto, o uso é apenas para adultos, mas há estudos em andamento para aumentar a faixa etária e incluir as crianças com LLA. “É uma questão de tempo. Qualquer procedimento inovador, normalmente os órgãos de saúde aprovam primeiro para adultos e depois para crianças, a não ser quando são doenças específicas da infância”, completa o médico.