Estudo confirma ineficácia da ivermectina para tratamento da Covid-19
Pesquisa feita na Colômbia com 476 pacientes com quadro leve da doença mostra que medicamento não faz diferença significativa do tratamento
atualizado
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Apesar de ser um dos medicamentos mais usados no Brasil para prevenção e tratamento de casos leves de Covid-19, a ivermectina não tem comprovação científica de eficácia. Um estudo publicado nesta quinta (4/3) na revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA) comprova que o remédio realmente não tem efeito contra o coronavírus.
Promovida na Colômbia, a pesquisa analisou 476 pacientes que apresentavam quadro leve da infecção, com sintomas há no máximo sete dias, e que estavam em casa ou hospitalizados. Metade dos participantes recebeu ivermectina por cinco dias, e o restante, um placebo. A média de idade dos pacientes foi de 37 anos.
O tempo para resolução dos sintomas foi de, em média, 10 dias para o grupo com ivermectina, e 12 dias para o que tomou placebo. No 21º dia após a infecção, 82% dos pacientes que usaram a medicação estavam curados, e 79% dos que receberam o placebo também.
Um total de 15 pacientes (7,5%) que tomou ivermectina precisou interromper o tratamento, por efeitos adversos. Quatro pacientes, dois em cada grupo, tiveram falência múltipla de órgãos decorrente da Covid-19.
A pequena diferença nos percentuais mostra que não há melhoria significativa no uso do fármaco contra o coronavírus. “Nossos achados não recomendam o uso de ivermectina no tratamento de casos leves de Covid-19, e estudos maiores devem ser feitos para entender os efeitos do medicamento em outros desfechos clínicos relevantes”, escreveram os pesquisadores no documento.