Entenda o que provocou a morte do papa Francisco aos 88 anos
O papa Francisco morreu nesta segunda após um longo período de internação. Entenda o que aconteceu com o quadro de saúde do sumo pontífice
atualizado
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O Vaticano confirmou nesta segunda-feira (21/4) a morte do papa Francisco, de 88 anos. De acordo com comunicado da Santa Sé, o falecimento ocorreu devido a um acidente vascular cerebral (AVC), coma e colapso cardiocirculatório irreversível.
Primeiro latino-americano a liderar a igreja Católica, o pontífice enfrentava uma pneumonia bilateral. Ele teve uma grave piora do quadro de saúde nas últimas semanas devido ao episódio recente de insuficiência respiratória aguda, além de bronquiectasias múltiplas, pressão alta e diabetes tipo 2, segundo o comunizado.
Ele foi diagnosticado com pneumonia bilateral no final de 2024 e ou por diversas internações desde então. A pneumonia é considerada bilateral quando atinge os dois pulmões. Os principais sintomas desta infecção são a dificuldade para respirar, dores localizadas e a tosse constante.
A saúde do papa
Francisco tinha sido internado pela última vez no início de fevereiro, mas desde o final de 2022 vinha enfrentando quadros constantes de piora respiratória. As complicações pulmonares, na realidade, acompanham o papa desde a juventude: aos 21 anos ele precisou retirar parte do pulmão após uma pleurisma, uma inflamação na membrana que separa o órgão da caixa toráxica.
O quadro se complicou principalmente no final de 2024, quando o papa ou por internações sequenciais. Em 14 de fevereiro, quando foi internado no Hospital Gemelli pela última vez, ele tinha um quadro de infecção polimicrobiana nos pulmões.
A infecção e a pneumonia
A infecção polimicrobiana das vias respiratórias ocorre quando múltiplos microrganismos – como bactérias, vírus ou fungos – causam inflamação nos pulmões e nas vias respiratórias.
O quadro do santo padre piorou poucos dias depois. No dia 18 de fevereiro, ele foi diagnosticado com pneumonia bilateral, ou seja, havia uma grande quantidade de muco em ambos pulmões, o que complicava ainda mais a capacidade respiratória de Francisco.
“Estado crítico”
No dia 22, o Vaticano afirmou que o estado do chefe da igreja era crítico pela primeira vez. O papa teve então uma piora grave, com crises de asma que obrigaram um aumento da ventilação mecânica que permitia a sua respiração.
Além disso, ele teve uma plaquetopenia, condição caracterizada pela queda no número de plaquetas, associada à anemia. Para estabilizar o quadro, foram necessárias transfusões de sangue. No domingo, 23, o pontifície desenvolveu uma insuficiência renal leve, o que agravou seu estado.
Depois de uma semana estável, no dia 28 de fevereiro o papa sofreu um broncoespasmo, uma contração involuntária intensa da musculatura pulmonar que causa crise de falta de ar intensa. O padre inalou parte do próprio vômito e foi necessário ar por uma broncoaspiração para limpeza dos pulmões.
O quadro causou uma crise respiratória grave que piorou ainda mais seu estado de saúde e exigiu ventilação mecânica integral.
Melhora sutil
Antes do falecimento, o santo padre teve uma melhora sutil e recebeu alta, embora continuasse o tratamento. Sua última aparição pública foi neste domingo de Páscoa (20/4), quando apesar das dificuldades, acenou para os fieis na praça São Pedro durante as comemorações do feriado. Ele não usava e respiratório quando recebeu brevemente o vice-presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, em seu último compromisso como chefe de Estado.
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