Vídeo: veja como moeda antiga vira aliança no centro de SP
Reportagem acompanhou a transformação de moeda antiga em aliança, em fábrica que chega a produzir 100 pares por dia no centro de São Paulo
atualizado
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São Paulo — A transformação das moedas antigas em alianças reluzentes foi testemunhada pelo Metrópoles na última quinta-feira (11/4), em uma fábrica na região central de São Paulo. Das mãos dos poucos trabalhadores e das máquinas que moldam e dão forma, chegam a ser produzidos 100 pares por dia. O produto tem virado alternativa diante da alta do ouro e aumento do número de roubos de alianças na capital paulista.
Logo após uma entrevista nas proximidades da Rua Barão de Paranapiacaba, a “Rua do Ouro”, uma promotora de vendas perguntou se a reportagem não gostaria de conhecer uma fábrica de alianças de moeda antiga perto dali, em um prédio na Senador Feijó. O convite foi imediatamente aceito e pegou de surpresa até o responsável pelo local, em meio ao trabalho do dia a dia.
O lugar é pequeno e simples. As duas salinhas interligadas por uma porta em nada lembram igrejas e salões cheios de pompa e cerimônia, onde casais apaixonados vão trocar juras de amor e promessas de fidelidade simbolizadas pelas argolas no dedo. Impera uma mistura de cheiro de metal e cigarro, maquinário antigo, iluminação tendendo à penumbra e raspas de material descartado, ao som de rádio tocando pop e um barulho que quem já trabalhou em fábrica jamais esquece.
O resultado de tudo isso reluz como ouro e só especialistas no assunto sabem diferenciar um metal do outro. Quem comanda o processo é o ourives Rogério Takahashi, 54 anos, que trabalha há 40 anos no ramo, onde começou com matérias-primas consideradas mais nobres que as moedas antigas, ainda no ABC.
A migração de ouro e prata para as moedas começou há 15 anos, também por segurança. Hoje, compra lotes de colecionadores pelo preço de metal, sem valor comercial. “Nós fabricamos somente com moeda. Não usamos liga. É a moeda que a Casa da Moeda produzia. A qualidade é superior a qualquer liga de latão, não tem liga de latão que fique igual”, diz Rogério. “Não tem como copiar.”
O ourives afirma que o custo-benefício de uma aliança de moeda é bom para o consumidor. “É 10% do valor de uma peça em ouro”, diz. “A simbologia é a mesma. É uma aliança.”
Rogério afirma que o produto atinge a um público muito grande, de todas as classes sociais. Para diminuir os efeitos da oxidação, as alianças de moeda antiga podem contar com revestimento interno de prata ou aço inox.
Valor agregado
O comerciante Fabio Alexandre Honório, 43 anos, vende alianças de moeda antiga pela internet e tem um perfil em rede social com mais de 116 mil seguidores. “Vira e mexe, o pessoal fala que vai acabar as moedas. Nunca acaba. Só aumenta as vendas.”
O valor médio do par é de R$ 300 a R$ 350, mas podem subir bastante, a depender do que se deseja. “Tenho modelos de até R$ 2.000. Tudo é valor agregado. Se colocar duas voltas de pedras e tranças, chega a R$ 1.700”, afirma o comerciante.
Honório conta que já existem no mercado versões falsificadas de alianças de moeda antiga, que custam em torno de R$ 80 o par, e são banhadas. “A pessoa compra, usa durante dois meses e daí descasca”, diz. “Se estiver descascada, não é moeda. Inventaram agora uma liga de moeda [diferente da moeda antiga], mas oxida muito”, afirma.
Na internet, é possível encontrar vídeos que mostram que as alianças feitas com moedas antigas são maciças, e por esse motivo não descascam. Entretanto, alianças de moeda oxidam, e precisam ser polidas. O próprio ácido úrico pode provocar a variação na cor, mas a recomendação é para que sejam limpas que o brilho volta.
