Vereadora do Novo relata ameaça de atentado a faca na Câmara de SP
Cris Monteiro afirmou na tribuna que polícia recebeu denúncia anônima de que uma pessoa presente em evento na Câmara queria esfaqueá-la
atualizado
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A vereadora Cris Monteiro (Novo) relatou ter sido alvo de uma ameaça de atentado durante um evento realizado por ela na Câmara Municipal de São Paulo na noite da última terça-feira (3/6). Segundo a parlamentar, a Polícia Militar (PM) recebeu uma denúncia anônima informando que uma pessoa presente no auditório onde era realizado uma cerimônia de prestação de contas do mandato teria a intenção de esfaqueá-la.
De acordo com a assessoria da vereadora, a equipe da Guarda Civil Metropolitana (GCM) responsável pela segurança da Câmara foi acionada e adotou os protocolos preventivos, com reforço na segurança e escola da parlamentar até um local seguro.
“Confesso que é difícil continuar. Estou tomada de emoção, acabei de saber. Eu notei ontem que os GCMs ficavam muito em volta de mim durante o meu evento. Me escoltaram para sair. Eu não entendi a razão da escolta. Não pude me despedir, fazer fotos com as pessoas. Simplesmente me levantaram da cadeira e me colocaram no carro para eu ir embora para casa. É muito lamentável que eu esteja mais uma vez sendo ameaçada”, afirmou Cris Monteiro na tribuna durante a sessão plenária desta quarta-feira (4/6).
A vereadora diz que registrou 26 ameaças somente no ano ado, incluindo mensagens de morte e violência sexual contra ela e seus familiares.
“Os casos estão formalizados junto às autoridades, com acompanhamento do 5º Distrito Policial e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Também foram realizadas reuniões com representantes da Secretaria de Segurança Pública e enviados ofícios ao Comando Geral da Polícia Militar e à Polícia Civil solicitando providências”, informou a parlamentar em nota.
Após o relato feito na tribuna, Cris recebeu palavras de solidariedade dos colegas. O vice-presidente da Câmara, vereador João Jorge (MDB), informou que a Casa adotará medidas para para reforçar a segurança nas suas independências e que já foi contratada a instalação de detectores de metal na entrada do prédio. Também há uma discussão de se implementar uma delegacia da Polícia Civil dentro da Câmara.
Quem é Cris Monteiro
- Com carreira no mercado financeiro, Cris Monteiro está no seu segundo mandato como vereadora da capital.
- No período, já se envolveu em algumas polêmicas, como uma briga com então vereadora e colega de partido Janaína Lima, em 2021.
- Neste ano, a parlamentar também foi alvo de críticas da esquerda após dizer no plenário que uma vereadora “branca, bonita e rica” incomoda e também depois de homenagear o cientista político pró-Israel Daniel Lajst.
O que diz a Câmara Municipal
A Câmara Municipal de São Paulo informou que o telefonema anônimo foi feito à Assessoria da PM na Casa apontando a possibilidade de um suposto ataque a faca contra a vereadora.
“Diante disso, a Inspetoria da GCM na Câmara reforçou a segurança durante o evento realizado por ela na noite desta terça-feira. Não houve nenhuma ocorrência nem identificação de suposto criminoso no local, já que o telefonema anônimo não indicou características do suspeito. A Mesa da Câmara está atenta às questões de segurança da Casa. A instalação de sistemas de detecção de metais e raio-X para os os está em andamento”, disse à Câmara Municipal por meio de sua assessoria.
Ameaças na Alesp
A denúncia de uma ameaça de atentado contra uma vereadora mulher ocorre dias depois de deputadas estaduais de São Paulo terem recebido um e-mail coletivo no qual eram ameaçadas de estupro e morte. No texto. o remetente ameaçava invadir a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) com uma carabina semiautomática FGC-9.
A ameaça também continha mensagens de cunho racista direcionadas a deputadas negras e ameaças capacitistas contra parlamentares que lutam pelos direitos de pessoas com deficiência. Deputadas de todos os campos políticos publicaram uma nota conjunta intitulada “não seremos silenciadas”. No comunicado, elas dizem que “casos de violência política como esse, organizados por grupos na internet, têm sido cada vez mais comuns”.
A Polícia Civil investiga o caso.