Policial perde cargo 8 anos após ser preso por extorquir comerciantes
Ex-Policial Civil, Paulo Sérgio de Melo foi condenado por pedir propina de comerciantes que vendiam cigarros contrabandeados, em 2016
atualizado
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São Paulo — Oito anos após ter sido preso em flagrante por extorquir comerciantes em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, o policial civil Paulo Sérgio de Melo foi demitido de seu cargo na Polícia Civil.
O afastamento foi decretado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e publicado na edição do Diário Oficial desta sexta-feira (13/12).
Em 2016, Paulo Sérgio, à época com 47 anos, e outros dois policiais civis, Cristóvão Bolanho Faria e Flávio Augusto de Souza Batista, foram detidos em por policiais militares sob a denúncia de terem exigido o pagamento de propina para comerciantes que vendiam cigarros contrabandeados.
O crime aconteceu durante uma operação policial, quando os agentes teriam pedido a três pessoas o pagamento de um salário mínimo para que elas não fossem levadas à delegacia. Uma das vítimas acionou a Polícia Militar que decretou a prisão em flagrante.
Após serem soltos com pagamento de fiança, os agentes foram investigados e condenados a pena de três anos, sete meses e dezesseis dias de reclusão — cumprida no regime prisional semiaberto. Nesse período, contudo, eles continuaram na polícia e foram remunerados.
Paulo negava a ilegalidade da cobrança, alegando que o dinheiro solicitado se tratava do valor da fiança, prolongando o processo nos anos seguintes.
Em 2023, seus colegas (Cristóvão e Flávio) entraram com um recurso alegando que houve perseguição pela PM contra os policiais civis. Essa versão, contudo, não foi acatada pela Justiça e o último recurso foi julgado desfavorável aos réus em fevereiro de 2024.
Em paralelo ao processo criminal, os três policiais se tornaram de um processo istrativo para definir o futuro na corporação, mas Paulo Sérgio foi suspenso em 2020, com a condição de ser retomado somente após o trânsito em julgado. A retomada só aconteceria este ano.
Após o decreto do governador, Paulo Sérgio foi afastado de seu cargo, mas Cristóvão e Flávio Augusto ainda fazem parte da Polícia. O Metrópoles tentou contato com a defesa dos policiais, mas não obteve o retorno até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto.