Taboão: ex-secretários são investigados em atentado falso de Aprígio
Três ex-secretários foram alvos de busca e apreensão nesta segunda, suspeitos de ligação com os mandantes do atentado falso do ex-prefeito
atualizado
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São Paulo — A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) investigam três ex-secretários de ter relações com o mando do atentado fake realizado contra o ex-prefeito de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, no 18 de outubro de 2023.
A partir de investigações e de uma “colaboração premiada ” as autoridades apontaram que o ocorrido foi forjado e organizado por pessoas próximas a José Aprígio, candidato à reeleição à época.
Os três investigados são: José Vanderlei, Ricardo Rezende e Valdemar Aprígio, este último irmão de José Aprígio, alvo do ataque. Todos eles foram alvos de mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira (17/2).
“O que nós estamos vendo dos secretários num primeiro momento, é a ligação que eles tinham com executores. Em algum momento, alguém teria que ter contratado quem foi fazer esse serviço. Esse alguém, quem é? Nós temos que ter certeza. Para isso, nós fizemos um mandado de busca hoje”, afirmou o delegado responsável pela investigação, Hélio Bressan, da Seccional de Taboão.
O delegado ainda afirmou que nas buscas realizadas nesta segunda foram apreendidos computadores, celulares, armas, munições. A casa do ex-prefeito também foi alvo de mandados e no local foram recolhidos R$ 320 mil em espécie. (Veja abaixo).
Por meio dos materiais apreendidos, as autoridades esperam ter mais convicção quanto ao mando do atentado forjado.
Além dos ex-secretários estão sendo investigados as quatro testemunhas que estavam dentro do veículo em que Aprigio estava ao ser baleado no ombro por um projétil de AK-47.
Os três executores já foram identificados, com um preso e dois foragidos. O preso seria o suspeito teria realizado a “colaboração premiadas” com as autoridades.
Além disso, dois investigados são apontados como “interlocutores” entre os mandantes e os atiradores. O número de mandantes ainda não está claro.
Um dos investigados é Christian Lima Silva, sobrinho-neto de Aprígio. Segundo as investigações, Christian já tem histórico comprovado de participar de uma armação parecida na eleição do pai no interior de Alagoas.
No caso Aprígio, Christian teria contratado uma das quatro pessoas que estavam presentes no carro com o prefeito na época do atentado, dois dias antes da ação.
Até o momento desta publicação, as autoridades não têm indícios que ligam o ex-prefeito ao atentado. Em nota enviada ao Metrópoles, o advogado do ex-prefeito afirmou que foi surpreendido com o desdobramento das investigações.
Segundo ele, Aprígio é a vítima ao levar um tiro “com armamento pesado em outubro de 2024, que por sorte não ceifou a sua vida”.
Sobre o dinheiro apreendido na sua residência, disse que a quantia foi devidamente declarada em seu imposto de renda e por isso seria de origem legal.
Ataque forjado
- Ainda de acordo com o delegado Bressan ao longo das investigações indícios apontaram que o ataque ao ex-prefeito foi forjado.
- Segundo ele, Aprigio esteve em condições muito mais vulneráveis ao longo do dia, onde um possível assassinato seria de mais fácil execução.
- Além disso, frequentes conversas dos executores sobre a blindagem do carro levantaram alerta das investigações.
- Uma operação da polícia e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) cumpriu 10 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária.
O atentado
Um vídeo (veja abaixo) mostra o político baleado dentro de um carro e, depois, sendo socorrido em uma cadeira de rodas. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um veículo ou na Rodovia Régis Bittencourt e disparou contra o carro oficial da prefeitura.
Após o ocorrido, o prefeito foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Akira Tada, em Taboão da Serra, onde recebeu os primeiros socorros.
Depois, o político foi transferido para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde permaneceu sob cuidados médicos. Ele teve alta na véspera da eleição, em 26 de outubro.
Aprígio, do Podemos, tentava a reeleição, mas foi derrotado no segundo turno na disputa pela Prefeitura de Taboão da Serra por Daniel Bugalho (União Brasil).