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Superfungo pode causar surto fora dos hospitais? Especialista responde

Infectologista Thaís Guimarães é da comissão de infecção hospitalar de hospital público de SP que enfrenta surto de Candida auris

atualizado

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Candida auris fungi, illustration
1 de 1 Candida auris fungi, illustration - Foto: Getty Images

São Paulo — O “superfungo” Candida auris, que causa um surto no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), localizado na zona sul de São Paulo, não oferece risco à população saudável, mas sim a quem está com o sistema imunológico debilitado — o que o torna perigoso em ambientes hospitalares. É isso o que explica a infectologista Thaís Guimarães, que participa da comissão de infecção hospitalar da unidade. Por lá, 15 pacientes tiveram contato com o fungo desde janeiro deste ano, tendo um caso evoluído para infecção.

“O fungo pode e deve sair do hospital, mas não apresenta risco nenhum. O Candida auris já existe na comunidade. O problema é a transmissão dentro do hospital, onde o fungo atinge pessoas debilitadas por conta da baixa imunidade e pode ar de colonizador para infectante, quando isolado na corrente sanguínea”, disse a médica ao Metrópoles.

A médica, que é diretora da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), explicou que o fungo coloniza a pele, em locais quentes e úmidos. No caso do Hospital do Servidor Público Estadual, a Candida auris se manifestou principalmente nas axilas dos pacientes. Neste caso, não há sintomas e a única medida possível é isolar o paciente dos restantes, o que foi adotado no hospital. Porém, o uso de dispositivos invasivos, como ventilação mecânica ou cateter venoso, pode facilitar o contato do fungo com o sangue do indivíduo, o que gera a infecção.

Isso aconteceu com um paciente no hospital. O homem, de 73 anos, foi infectado pelo superfungo e morreu, mas o hospital afirmou que o óbito foi causado por complicações cirúrgicas e não em razão da infecção pelo fungo. De acordo com Thaís Guimarães, os exames de sangue dele de dois dias após a morte já não apresentavam o patógeno em seu sistema.

Anvisa notificada

O hospital notificou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e “adotou todas as medidas de segurança e controle”, como a manutenção de pacientes em quartos individuais, higienização intensificada e treinamentos para as equipes. “De acordo com o preconizado pelos órgãos de vigilância, a unidade segue realizando coletas mensais por seis meses para análise do cenário”, diz a nota enviada ao Metrópoles.

Segundo a infectologista, os casos estão sendo monitorados desde janeiro e, a depender do número de casos daqui a seis meses, a vigilância poderá ser interrompida ou não. Parte do monitoramento é a análise de culturas de fungos, um exame que permite identificar a presença do patógeno em secreções, urina, lesões, entre outros.

“Pode ser que venham mais casos, mas eu não posso garantir o que vamos encontrar. A gente quer encontrar o número de casos zerado em até seis meses”, analisou Thaís Guimarães.

Conhecido como “superfungo”, o Candida auris causa preocupação em escala global devido à sua capacidade de disseminação, resistência a medicamentos antifúngicos e alta taxa de mortalidade. A boa notícia é que, no hospital público de São Paulo, a infectologista garantiu que o fungo causador do surto é sensível a todos os antifúngicos testados na unidade.

O HSPE informou, ainda, que se reúne com a Anvisa semanalmente para relatar as ações e os resultados das coletas, reforçando as normas de controle de infecção em todo o hospital. “O HSPE continua aprimorando o trabalho no atendimento humanizado e está reforçando todas as barreiras para garantir a segurança dos pacientes.”

Candida auris

Os primeiros casos de Candida auris no Brasil foram registrados em 2020, durante a pandemia de Covid, sendo o caso inicial o de um paciente internado em unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital em Salvador (BA). A superlotação das unidades de saúde nesse período relacionada à redução da capacidade de controle de infecções facilitou o surgimento do fungo. Desde então, surtos hospitalares têm sido relatados, especialmente em UTIs.

Ao Metrópoles, o infectologista Diego Rodrigues Falci, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), afirmou que a transmissão da doença é pelo contato direto com o fungo — que sobrevive em superfícies inanimadas, como roupa de cama, corrimão, móveis das unidades hospitalares, equipamentos médicos etc.

“[Infectados e colonizados] são pessoas que estão usando antibióticos, que fizeram quimioterapia, transplante e pessoas gravemente doentes em unidades de terapia intensiva porque, evidentemente, esses outros fatores enfraquecem o sistema imunológico ou deixam essa pessoa mais suscetível a esse tipo de infecção”, disse o infectologista.


Ameaça à saúde pública 

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Candida auris representa uma séria ameaça à saúde pública, considerando que:

  • Produz biofilmes tolerantes a antifúngicos.
  • Apresenta resistência aos medicamentos comumente utilizados para retardar infecções por Candida. Estudos apontam que até 90% dos isolados de Candida auris são resistentes ao fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas. Esse tipo de padrão multirresistente não tem sido observado em nenhuma outra espécie do gênero Candida.
  • Pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades.
  • Pode permanecer viável por longos períodos no ambiente (semanas ou meses) e apresenta resistência a diversos desinfetantes, entre os quais, os que são à base de quaternário de amônio.
  • Tem propensão a causar surtos em decorrência da dificuldade de identificação oportuna pelos métodos laboratoriais rotineiros e de sua difícil eliminação do ambiente contaminado.

De acordo com Falci, o Candida auris é considerado grave, pois pode causar candidemia, uma infecção da corrente sanguínea que pode levar ao óbito. O infectologista ainda explica que os sintomas incluem febre, mal-estar e piora nos exames laboratoriais.

O tratamento é feito com antifúngicos, porém o fungo representa um desafio para a saúde pública, pois pode ser resistente às medicações mais convencionais. Em alguns casos, é necessário o uso de antifúngicos alternativos para combater a infecção, incluindo a candidemia.

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