Tarcísio privilegia Kassab e Guedes a bolsonaristas no 1º escalão
Oito dos 22 secretários anunciados até o momento por Tarcísio são ligados a Kassab e Paulo Guedes, enquanto apenas dois são bolsonaristas
atualizado
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São Paulo – O secretariado anunciado por Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o governo de São Paulo em 2023 apresenta poucos bolsonaristas e mais nomes próximos a Gilberto Kassab (PSD) e ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
Dos 22 nomes anunciados até o momento, apenas dois são considerados bolsonaristas: o deputado federal Guilherme Derrite (PL-SP), que será o titular da Segurança Pública, e a vereadora paulistana Sonaira Fernandes (Republicanos), que chefiará a Secretaria da Mulher.
Apesar de identificado como bolsonarista linha-dura, Derrite tem apresentado uma versão mais moderada desde o fim das eleições. Sonaira, por outro lado, se diz defensora da família e utiliza o lema “Deus, Pátria, Família e Liberdade”, repetido diversas vezes pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
No dia 9 de dezembro, ela compartilhou nas redes sociais um vídeo de Bolsonaro conversando com apoiadores no Palácio do Alvorada. “Eu estou com o Presidente Jair Bolsonaro hoje e sempre. E vocês?”, escreveu na legenda. Na ocasião, o presidente rompeu um silêncio de quase 40 dias.
No início de dezembro, Tarcísio disse à CNN que nunca foi “bolsonarista raiz”. O presidente da República apostou na candidatura de Tarcísio, que foi seu ministro da Infraestrutura, e auxiliou na nacionalização do seu nome durante as eleições.
Kassab

Presidente nacional do PSD, Kassab foi outro a apostar em Tarcísio para o Palácio dos Bandeirantes. Ele emplacou Felício Ramuth (PSD) como vice na chapa e foi um dos elos que reuniu Tarcísio e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, após anos como desafetos.
A capacidade de articulação de Kassab o aproximou do futuro governador paulista, que o anunciou como Secretário de Governo. Correligionário de Kassab, o médico Eleuses Paiva foi a escolha de Tarcísio para a Saúde e gerenciará um orçamento de quase R$ 29 bilhões.
Duas pessoas que trabalharam com Kassab na Prefeitura de São Paulo também farão parte do primeiro escalão do governo no próximo ano: Marília Marton e Marcelo Cardinale Branco.
Marília foi chefe de gabinete da Subprefeitura da Sé na Prefeitura e será titular da pasta de Cultura e Economia Criativa. Já Marcelo, que é filiado ao PSD de Kassab, foi seu secretário municipal de Infraestrutura e Obras e ficará com Desenvolvimento Urbano e Habitação. A pasta, cujo orçamento para 2023 será de R$ 1,4 bilhão, era alvo de disputa entre o PSD e o União Brasil.
Paulo Guedes

Quatro dos secretários de Tarcísio para o próximo ano trabalharam com Paulo Guedes no Ministério da Economia. Dois deles foram assessores especiais do superministro de Bolsonaro.
O economista Samuel Kinoshita é um deles. Ex-conselheiro fiscal do Banco do Brasil, ele será o Secretário da Fazenda. Integrante do governo de transição, ele já era ventilado como o “plano B” de Tarcísio, sendo o próprio Paulo Guedes como secretário “um sonho” do ex-ministro da Infraestrutura.
O outro nome é o de Jorge Luiz de Lima, engenheiro e detentor de experiência como CEO de diversas grandes empresas. Jorge foi anunciado como Secretário do Desenvolvimento Econômico.
Atual presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade cuidará de Gestão e Governo Digital. Ele foi secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia. Já o ex-assessor de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, será secretário de Assuntos Internacionais.
Embora não seja titular de uma pasta, Guilherme Afif Domingos é mais um nome que trabalhou com Guedes a integrar o governo paulista.
Ex-assessor especial do ministro da Economia, Afif deixou o posto para coordenar a campanha de Tarcísio a pedido do próprio Paulo Guedes e será secretário especial de projetos estratégicos – cargo de atuação direta com o próximo governador de São Paulo.