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PM, Civil e PCC: quem é quem na execução de delator no aeroporto. Veja

Assassinato de Vinícius Gritzbach mobilizou dezenas de pessoais, tanto do crime organizado como das polícias civil e militar paulistas

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Mosaico de rostos de homens - Metrópoles
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São Paulo — A execução do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, assassinado dias após iniciar delações premiadas sobre o envolvimento de agentes públicos com o Primeiro Comando da Capital (PCC), mobilizou dezenas de pessoas e foi marcada pela ousadia e organização.

Investigação da Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), aliada às feitas pelas corregedorias das polícias Civil e Militar, além de um inquérito instaurado pela Polícia Federal (PF), descortinaram os bastidores de corrupção, lavagem de dinheiro, violência e associação criminosa do submundo habitado pelos suspeitos de envolvimento no assassinato de Gritzbach.

O homicídio ocorreu em plena luz do dia, em 8 de novembro, na área de desembarque do Aeroporto Internacional de São Paulo, na região metropolitana, o maior do país e no qual houve um fluxo diário de ageiros, em 2024, de 119 mil — segundo a Agência Nacional de Aviação Civil.

Câmeras de monitoramento não faltam no local, uma área internacional na qual todas as forças de segurança pública mantém agentes de prontidão, 24 horas por dia, sete dias por semana.

Isso porém não inibiu a ação dos assassinos, identificados como policiais militares. São eles: o cabo Dênis Antônio Martins, de 40 anos, que segundo o próprio secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, foi um dos responsáveis pelos tiros de fuzil que mataram Gritzbach. O Metrópoles apurou que Dênis ocupava o banco do ageiro, dianteiro, do Volkswagen Gol preto, no qual estava no assento traseiro o outro atirador, Ruan Silva Rodrigues, 32. Ambos foram guiados até o local pelo tenente Fernando Genauro da Silva, 33.

O desenrolar das investigações e a coleta de provas culminou na prisão de Dênis, em 16 de janeiro, de Fernando Genauro, dois dias depois e, em 22 de janeiro, de Ruan Silva. Outros policiais militares, entre os quais alguns que faziam escolta particular para o delator do PCC, também foram detidos.

 

 

 

Câmeras de monitoramento registraram a ação dos assassinos (assista acima), orquestrada com a exatidão e pontualidade necessárias para fuzilar Gritzbach, no momento em que ele se aproximava de um de seus carros de escolta, blindado, logo após desembarcar de um voo proveniente de Alagoas.

Antes do homicídio, os policiais usaram seus celulares para se comunicar, como foi provado pela investigação, a qual contribuiu para provar que os PMs circularam pela região antes, durante e após o crime. A atual fase da investigação, considerada já concluída pelo DHPP, vislumbra o envolvimento direto dos policiais militares com o assassinato.

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Dênis Antonio Martins, o PM da ativa apontado como assassino de Gritzbach
PM é suspeito de atirar e matar o delator do PCC Vinícius Gritzbach
Fabio Baena foi preso pela PF acusado de ligação com o PCC
Xará, policial civil
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Tenente Fernando Genauro da Silva

Reprodução / Redes sociais
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Dênis Antonio Martins, o PM da ativa apontado como assassino de Gritzbach

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PM é suspeito de atirar e matar o delator do PCC Vinícius Gritzbach

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Fabio Baena foi preso pela PF acusado de ligação com o PCC

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Xará, policial civil

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Marcelo Marques de Souza, o Bombom, investigador classe especial da Polícia Civil

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MUDE MANDAVA ATÉ FOTOS DE DINHEIRO PARA DELATOR DO PCC - METRÓPOLES

rEPRODUÇÃO
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Rogerinho em despedida da Delegacia de Homicídios

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Policiais civis Valmir Pinheiro, conhecido como "Bolsonaro" (esq.), e Valdenir Paulo de Almeida, o "Xixo", presos por envolvimento com o PCC

Reprodução

Segundo a força-tarefa que investiga o assassinato do delator, a ordem para matá-lo teria partido de forma “unilateral” de Emílio Carlos Gongorra Castilho, conhecido como Bill ou João Cigarreiro, sem participação do PCC, como afirmou Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, em entrevista coletiva na quinta (13/2)

“Cigarreiro determinou de forma unilateral [o crime]. [Foi] decisão dele, não do PCC. Não foi nada orquestrado. [O crime ocorreu] com ajuda do Didi [Diego dos Santos Amaral]”.

Policiais Civis

Mas o envolvimento de agentes públicos não se restringe à concretização do assassinato, que pode ter sido uma queima de arquivo — já que Gritzbach dialogava tanto com membros do PCC, com os quais manteve negócios, como com policiais civis ligados à maior facção do Brasil.

Antes de ser assassinado, Gritzbach fez um acordo de delação premiada, prestando depoimento que foi usado para investigar e prender o chefe de investigações Eduardo Monteiro e mais três policiais civis — o delegado Fábio Baena, o chefe de investigações do Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco), da 5ª Delegacia Seccional, Marcelo Marques de Souza, o Bombom, e o investigador Marcelo Roberto Ruggieri, o Xará.

Seis dias depois, o agente de telecomunicações da Polícia Civil Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, se entregou à polícia de Santos, no litoral paulista. Ele compõe o núcleo liderado por Eduardo Monteiro e Fábio Baena, que atuavam no DHPP quando tentaram extorquir milhões de reais de Gritzbach, para livrá-lo de uma investigação sobre o assassinato de dois membros do PCC.

Advogado que pediu cabeça de delator do PCC é elo com máfia dos ônibus

Propina de R$ 11 milhões

O delegado Fábio Baena e o chefe de investigações Eduardo Monteiro, de acordo com a delação de Gritzbach, receberam e dividiram meio a meio ao menos R$ 11 milhões de propina para retirar nomes de investigados da apuração dos homicídios de Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, ambos do PCC, ocorridos em 26 de dezembro de 2021.

Antes das prisões, ele e Eduardo Monteiro foram afastados de suas funções, após o conhecimento público da denúncia de Gritzbach.

Ainda na denúncia, Gritzbach afirma que foram sugeridos R$ 40 milhões pelos policiais para também retirá-lo da lista de suspeitos do duplo homicídio. O valor não foi pago.

Quando era investigado pela morte dos dois membros do PCC, Gritzbach foi sequestrado, no fim de 2021, com a ajuda do policial civil Marcelo Roberto Ruggieri, o Xará, e levado para um tribunal do crime, no qual teria sido absolvido. Xará compõe o núcleo liderado por Fábio Baena.

Gritzbach foi preso pela Polícia Civil em fevereiro de 2022, ainda por causa do duplo homicídio — crime que sempre negou envolvimento. Após ser solto, em junho do mesmo ano, ele foi procurado pelo policial civil Valdenir Paulo de Almeida, o Xixo.

O agente está atualmente preso por supostamente aceitar propina para arquivar investigações, junto com seu comparsa Valmir Pinheiro, o Bolsonaro. Os policiais civis ainda mantinham contato com Ahmed Hassan Saleh, o Mude, advogado ligado à Sintonia dos Gravatas, um dos “departamentos” do PCC.

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Gritzbach foi assassinado em 8 de novembro do ano ado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo
Kauê do Amaral Coelho, de 29 anos, é suspeito de envolvimento na morte de Vinícius Gritzbach
Empresário, preso sob suspeita de mandar matar membros do PCC, foi solto por determinação do STJ
Antônio Vinícius Gritzbach, delator do PCC, foi morto no aeroporto de Guarulhos
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Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) oferece recompensa de R$ 50 mil por informações a respeito de suspeito de envolvimento na morte de delator do PCC

Divulgação/ SSP-SP
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Arte de Michael Melo sobre foto de reprodução
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Gritzbach foi assassinado em 8 de novembro do ano ado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo

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Kauê do Amaral Coelho, de 29 anos, é suspeito de envolvimento na morte de Vinícius Gritzbach

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Empresário, preso sob suspeita de mandar matar membros do PCC, foi solto por determinação do STJ

Divulgação
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Antônio Vinícius Gritzbach, delator do PCC, foi morto no aeroporto de Guarulhos

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Delator do PCC, Vinícius Gritzbach foi executado no Aeroporto de Guarulhos

Reprodução/SBT
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Vinicíus Gritzbach, delator do PCC

Reprodução

Morte por R$ 3 milhões

Quando estava com Gritzbach, logo após o delator ser solto, Xixo recebeu um telefonema de Mude e deixou a ligação no viva voz. A ligação foi registrada, por meio de uma gravação feita sigilosamente pelo próprio Gritzbach. Nela, Mude oferece R$ 3 milhões para quem matasse o corretor de imóveis.

O registro em áudio foi anexado à delação premiada feita por Gritzbach, na qual denuncia e apresenta provas da relação de policiais civis paulistas com a maior facção criminosa do país.

Como revelado pelo Metrópoles, após dialogar desde 2022 por meio de ligações de áudio e vídeo, além de mensagens, com o advogado do PCC, o delegado Fábio Baena bloqueou o contato do interlocutor, cerca de 40 minutos após o assassinato de Vinícius Gritzbach. O histórico de conversas foi confirmado após a quebra do sigilo telemático do celular do delegado.

Mude é o elo entre a execução de Gritzbach e o esquema de lavagem de dinheiro do PCC por meio de empresas de ônibus que operam linhas na capital paulista.

Investigação concluída

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública (SSP) paulista, afirmou à imprensa na quinta-feira (13/2) que a investigação sobre a execução de Vinícius Gritzbach está esclarecida. Ele ressaltou ainda a necessidade de se prender três foragidos para a conclusão do inquérito.

Até o momento, foram presos 26 suspeitos, dos quais 17 são policiais militares, cinco policiais civis — presos na Operação Tacitus, da PF, por suspeita de elo com o PCC, por lavagem de dinheiro e corrupção ativa e iva — e quatro pessoas relacionadas a Kauê do Amaral Coelho, apontado como o olheiro que avisou aos assassinos sobre a chegada de Gritzbach no aeroporto.

Delação: Gritzbach disse que policiais receberam R$ 11 mi de propina

“Inocentado” pelo PCC

Quando Gritzbach foi preso pelo DHPP, pelo suposto envolvimento nos assassinatos de Cara Preta e Sem Sangue, ambos do PCC, ele foi conduzido em uma viatura pelo delegado Fábio Baena e pelo investigador-chefe Eduardo Monteiro, que ligaram para o policial civil Marcelo Marques de Souza, o Bombom, com o qual comemoraram a “cana de bilhões“.

Já no DHPP, em uma sala, Eduardo Monteiro telefonou para os “14 do PCC” — uma menção à Sintonia dos 14, composta por membros do PCC responsáveis pela coordenação e o cumprimento das regras da facção em 14 regiões específicas da capital, Grande São Paulo e interior.

O interlocutor do policial, que seria da cúpula da facção, teria afirmado: “Não façam injustiça com o menino [Gritzbach], o menino não tem nada a ver [com o duplo homicídio]”.

Se a teoria de que Gritzbach foi inocentado pelo PCC estiver certa, o que aponta uma das linhas de investigação, a facção criminosa provavelmente não está por trás da execução do delator. A versão de que o crime teria sido executado pelo PCC, portanto, só interessaria aos verdadeiros assassinos.

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