PF caça 12 traficantes que despacharam 1,6 mil kg de cocaína em navio
PF deflagrou 2ª fase de operação contra esquema do PCC de tráfico de drogas na Baixada Santista. São 12 mandados de prisão e 10 de busca
atualizado
Compartilhar notícia

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (11/6), a 2ª fase da Operação Taeguk, com o objetivo de desarticular um esquema do PCC de tráfico internacional de entorpecentes por meio dos portos brasileiros na Baixada Santista, com foco no transporte de grandes cargas de cocaína por meio de embarcações marítimas.
A PF busca prender doze indivíduos envolvidos no transporte de 1,6 quilos de cocaína, carregados em uma embarcação que partiu do litoral paulista. A droga foi posteriormente apreendida na região de Cabo Verde, país africano. Na primeira fase, em novembro do ano ado, cinco pessoas foram presas (veja mais abaixo).
Operação
- Ao todo, são 12 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão.
- Oito são cumpridos no estado de São Paulo, nos municípios de Praia Grande, Guarujá, São Vicente e Bertioga.
- Os policiais também cumprem ordens em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e em Vera Cruz, na Bahia.
- A Justiça determinou o bloqueio de bens e valores até R$ 310 milhões, visando a descapitalização da organização criminosa e a reparação dos danos decorrentes da atividade ilícita.
As investigações apontaram que o grupo criminoso atuava mediante “sofisticadas técnicas de ocultação da droga em navios”, incluindo a utilização de compartimentos ocultos e a cooptação de tripulantes, com o objetivo de abastecer os mercados europeu e africano.
Como já revelado pelo Metrópoles, o Porto de Santos é um dos principais escoadouros usados pelo PCC para despachar cocaína que chega a países da África e da Europa. Nos outros continentes, a droga rende bilhões à maior facção do Brasil.
Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa, com agravantes em razão da transnacionalidade dos delitos.
1ª fase da operação
Em novembro do ano ado, a PF deflagrou a primeira fase da mesma operação na capital paulista e, no litoral, nas cidades de Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Bertioga, Caraguatatuba e Paraibuna. Outros estados entre os endereços da operação são Rio de Janeiro, Pará e Maranhão.
De acordo com a PF, o esquema foi responsável pela contaminação e inserção de mais de uma tonelada de cocaína e maconha em embarcações de grande porte, capazes de realizar viagens transoceânicas. O objetivo era o abastecimento dos mercados europeu e asiático.
As apurações revelaram que o esquema envolvia indivíduos com expertise em mergulho submarino que se aproveitavam desse conhecimento para “prestar serviços” a outras organizações criminosas. Drogas em caixas eram submersas no mar – os chamados sea chests – de navios situados nas áreas de fundeio de portos brasileiros. Após a inserção da cocaína, o núcleo da organização criminosa tinha o apoio de uma rede de mergulhadores ao redor do mundo para a retirada da droga em outros países.
Foram identificados pela PF ao menos sete eventos de tráfico transnacional de drogas, todos em 2024, vinculados à atuação do PCC, com mais de uma tonelada apreendida de entorpecentes. As investigações revelaram, ainda, que os envolvidos empregavam outras formas de inserção de drogas nas embarcações, como a modalidade de içamento – quando necessariamente há participação de tripulantes dos navios na colocação e ocultação da droga.
A investigação geral teve a participação da Polícia Militar e da Marinha do Brasil. Além disso, obteve apoio de países parceiros, como a Coreia do Sul, a China e a Espanha.