Código “Pan-Pan” foi usado em avião presidencial com Lula

São Paulo — O código “Pan-Pan”, usado na tarde dessa segunda (24/2) pela tripulação de um avião da Gol que precisou fazer pouso de emergência no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, já foi usado em um voo em que estava o presidente Lula e que apresentou problemas técnicos. O episódio com o chefe do Executivo ocorreu no último dia 1º de outubro.

Aeronave de Lula teve problema técnico

Na ocasião, Lula embarcou na aeronave presidencial, um Airbus A319, no Aeroporto Internacional da Cidade do México, rumo ao Brasil.

No entanto, uma falha técnica, que teria sido causada por uma ave em uma turbina, fez com que o avião precisasse sobrevoar a capital mexicana por cerca de cinco horas para gastar combustível, chegando ao peso-limite de aterrissagem. Assim, foi possível retornar ao aeroporto local, no México, de onde havia decolado.

O pouso foi registrado às 22h16 na Cidade do México. Em seguida, Lula trocou de aeronave e retornou em segurança para Brasília.

A informação da solicitação de socorro foi registrada na comunicação entre a equipe de cabine da aeronave e a torre de comando do Aeroporto Felipe Ángeles, na Cidade do México. A torre respondeu afirmativamente à solicitação, indicando que equipes de resgate estariam a postos para a aterrissagem.

Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o avião apresentou um “problema técnico” após a decolagem e que os procedimentos de segurança para resolver o problema foram realizados com sucesso.

O que significa “Pan-Pan”

De acordo com o Grupo Brasileiro de Segurança Operacional da Aviação Geral (BGAST, na sigla em inglês), “Pan-Pan” é o código utilizado para indicar condição de urgência, “que impede a continuação do voo utilizando procedimentos normais, mas que a condição da aeronave ou das pessoas a bordo não está exposta a perigo iminente”.

Em seguida ao código, a tripulação deve informar ainda a identificação da aeronave, natureza da urgência, intenções do piloto em comando, posição atual, nível de voo ou altitude e, se pertinente, rumo.

Conforme o BGAST, o código “Pan-Pan” é para situações menos críticas do que aquelas que exigem o uso do “Mayday”.

Isso porque o Mayday indica situações de emergência ou de socorro “em que a condição da aeronave, das pessoas a bordo ou das pessoas no solo estão em perigo iminente por qualquer razão, sendo o acidente inevitável ou já consumado”.

Entenda o caso do voo da Gol

• O voo G3 1033 da Gol decolou do Aeroporto Santos Dumont (SDU), no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Congonhas (CGH), em São Paulo.
• No entanto, devido a problemas técnicos, a tripulação desviou a rota e fez pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU), utilizando o código “Pan-Pan”.
• A companhia informou que a aeronave pousou normalmente, sem qualquer intercorrência, mas não revelou, no entanto, quais os problemas técnicos causaram o pouso forçado.
• Em nota, o GRU afirmou que foi ativado o plano de emergência, com acompanhamento da chegada da aeronave. “Nenhuma ação extraordinária foi necessária”, disse o aeroporto.

Vídeo mostra pouso forçado

Um vídeo mostra o momento em que a tripulação utiliza o código “Pan-Pan” e recebe autorização para pousar. Veja: