Mulher segue os do pai e se torna motorista aos 50 anos: “Sonho”
Após 10 anos trabalhando com cozinha industrial, Sandra Dias mudou de vida e realizou seu sonho. Hoje, ela é motorista de ônibus em Jundiaí
atualizado
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São Paulo — Sandra Dias, de 52 anos, nasceu em Martinópolis, no interior de São Paulo, onde viu, durante anos, seu pai trabalhar como motorista de caminhão. Desde pequena, ela teve o sonho de dirigir veículos grandes e, aos 50 anos, conseguiu realizá-lo.
“As oportunidades da vida me levaram para outra área”, desabafou a mulher ao Metrópoles. Ela ou 10 anos trabalhando com cozinha industrial até que, em 2022, a cozinha dela perdeu o contrato e ela foi mandada embora. Com isso, ela viu a oportunidade de correr atrás do que sempre quis.
Com o valor da rescisão, Sandra, que tinha 48 anos, começou o processo para mudar a categoria de sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Porém, neste meio tempo, sua mãe adoeceu. A motorista teve que viajar para Presidente Prudente, no interior paulista, para ajudar a cuidar dela. “Mamãe sabia do meu sonho e acompanhou todos os cursos: transporte coletivo de ageiro, transporte escolar, moop… Eu estava pronta daí fui cuidar dela”, contou.
A mãe de Sandra não resistiu e não conseguiu ver a filha realizando o sonho de dirigir veículos grandes. Quando voltou para Jundiaí, ela mandou seu currículo para a Viação Jundiaiense, empresa que ela havia colocado como meta, e não contou para ninguém que havia perdido a mãe.
Ela foi chamada para uma entrevista e, durante o processo seletivo, a avisaram que a empresa não contratava motoristas sem experiência. Mesmo assim, ela não perdeu as esperanças e aguardou. Alguns dias depois, a Viação Jundiaiense ligou para ela e informou que o dono da empresa a deixou fazer um teste, mesmo sem a experiência. Ela realizou a prova e ou. “Quando o instrutor disse: ‘a vaga é sua’, eu chorei muito e queria ligar para ela [minha mãe]”, relembrou.
Sandra está na companhia desde o dia 16 de novembro de 2022. Ela começou trabalhando na Linha Escolar do Sistema Integrado de Transporte Urbano (Situ) de Jundiaí e, após um mês, foi para uma linha de idosos.
“Cuido de todos os meus ageiros com muito amor, carinho e paciência. Em casa um deles tem um pouquinho do carinho da minha mãe por mim. Eu amo com todo meu coração a minha profissão”, disse a mulher.
Já faz parte da rotina de Sandra ganhar “mimos” de seus ageiros. Alguns dos presentes que ela ganhou foram chocolates, pipoca doce, frutas, pães e até pomadas.
