MPSP denuncia 5 envolvidos no atentado forjado a ex-prefeito de Taboão
Alvos da denúncia são 3 executores e 2 intermediários. Caso Justiça acolha, todos vão responder por tentativa de homicídio e outros crimes
atualizado
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São Paulo — O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou cinco homens envolvidos no atentado forjado em outubro do ano ado contra o ex-prefeito de Taboão da Serra, José Aprígio da Silva, de 72 anos, às vésperas das eleições municipais nas quais ele concorria à reeleição. São três investigados por terem executado o atentado e dois intermediários do esquema, ocorrido na cidade da Grande São Paulo em 18 de outubro de 2024.
Na denúncia oferecida na última segunda-feira (24/3), o promotor Juliano Atoji denuncia os três executores por quatro tentativas de homicídios com dolo eventual, incêndio e adulteração de sinal identificador de veículo. Já os dois intermediários podem ser processados pelas tentativas de homicídios, também com dolo eventual.
Atoji narra na denúncia que, pouco antes do segundo turno das eleições municipais, os denunciados se reuniram a mando de pessoas ligadas ao grupo político do ex-prefeito e candidato à reeleição. A ideia era simular uma tentativa de homicídio político com a finalidade de alavancar a candidatura — plano que não teve sucesso. Aprígio (Podemos) perdeu as eleições para o atual prefeito de Taboão, o Engenheiro Daniel (União), eleito com 66,27% dos votos.
De acordo com as investigações, os acusados receberam R$ 500 mil pelo crime. No dia e local combinados, os executores usaram veículo com placas, chassi e motor adulterados para alcançar o carro ocupado pelo então prefeito e mais três pessoas, incluindo um secretário municipal. Os tiros foram disparados com um fuzil AK-47 adquirido dias antes por R$ 85 mil.
O veículo era blindado, mas dois projéteis perfuraram o carro e atingiram o político no braço esquerdo e perto da clavícula esquerda. Na sequência, os homens fugiram do local e atearam fogo no automóvel utilizado.
“Com a conduta perpetrada, indubitável que os denunciados assumiram o risco de ceifar a vida das quatro vítimas, uma vez que não só eram sabedores das armas de fogo a serem utilizadas na empreitada criminosa (de alto poder lesivo), como também do local da execução e da condição do veículo que abrigava as vítimas, cuja blindagem do tipo 3A foi transfixada”, diz a denúncia.
Ainda na visão do promotor, as tentativas de homicídios foram qualificadas por recurso que dificultou a defesa das vítimas, emprego de armas de uso e perigo comum.
Atentado forjado
Em 18 de outubro, a nove dias do 2º turno das eleições municipais, o carro onde estava José Aprígio foi alvo de tiros enquanto andava por bairros atingidos por fortes chuvas da época. Em nota no dia, a Prefeitura de Taboão da Serra informou que um projétil atingiu o prefeito no ombro.
Um vídeo (veja abaixo) mostra o político baleado dentro de um carro e, depois, sendo socorrido em uma cadeira de rodas. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um veículo ou na Rodovia Régis Bittencourt e disparou contra o carro oficial da prefeitura.
Após o ocorrido, o prefeito foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Akira Tada, em Taboão da Serra, onde recebeu os primeiros socorros. Depois, o político foi transferido para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde permaneceu sob cuidados médicos. Ele teve alta na véspera da eleição, em 26 de outubro.