Retirada da Lamborghini de MC Ryan gera treta e vira caso de polícia
O repórter fotográfico Mateus Medeiros diz ter sido coagido pelo segurança do cantor de funk ao tentar tirar fotos da Lamborghini do cantor
atualizado
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O cantor de funk MC Ryan foi à delegacia de Piracicaba, no interior de São Paulo, retirar a própria Lamborghini, apreendida após ter sido usada para dar cavalos de pau no gramado de um estádio da cidade. Na saída do artista, um segurança pessoal dele se envolveu em uma confusão com um repórter fotográfico, que acabou em um registro de boletim de ocorrência.
O Metrópoles conversou com o repórter Mateus Medeiros, de 56 anos, da Gazeta de Piracicaba, que diz ter sido coagido pelo segurança do funkeiro. Segundo Mateus, ele já estava na delegacia fazendo imagens da Lamborghini do artista com o celular, já tendo até conversado com o MC Ryan em um momento anterior. Ele garante que se apresentou como repórter do portal em que trabalha.
“Fui fazer foto com a minha máquina fotográfica e do nada ele [segurança] saiu do carro e começou a me coagir. Andava na minha frente falando que não era para ‘mim’ (sic) tirar mais foto do carro”, narrou o repórter.
Mateus conta que atravessou a rua, mas foi seguido pelo segurança. Em um determinado momento, o funcionário do funkeiro chegou a colocar a mão na lente da câmera: “Aí eu fiquei nervoso. É uma agressão para gente que é jornalista. Ele colocou a mão dele na frente”.
O repórter fotográfico chegou a registrar com a câmera que estava o ataque. Veja:
Apesar de se sentir coagido, Mateus reforça que não houve agressão física por parte do segurança do cantor. O repórter aproveitou que estava na delegacia e registrou um boletim de ocorrência por constrangimento ilegal.
Segundo o relatado no registro policial, a ação impede o “direito de liberdade de imprensa e consequentemente que o noticiante exercesse regularmente o seu trabalho”.
Nota de repúdio do sindicato
- A Regional de Piracicaba do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e a Fenaj divulgaram uma nota de repúdio contra o que definiram como “violência e intimidação”.
- A nota diz que o segurança do MC Ryan ameaçou e intimidou o repórter fotográfico e tentou, “de forma truculenta”, impedir o trabalho da imprensa.
- “Atos como esse, que buscam silenciar e intimidar jornalistas no exercício regular de suas funções, são inissíveis e criminosos, merecendo imediata e rigorosa apuração. O Sindicato dos Jornalistas e a Fenaj reafirmam que o exercício do jornalismo é essencial para a democracia e não aceitam qualquer forma de intimidação, agressão ou censura contra jornalistas e veículos de comunicação”.
- Além disso, as instituições demonstraram solidariedade ao colega de profissão.
Cavalos de pau
O estádio é considerado um patrimônio da cidade de Piracicaba. Nas imagens da ação, é possível ver o cantor dirigindo o carro de luxo em círculos, dando cavalos de pau no gramado.
A Guarda Civil Municipal foi acionada pelo contratante do evento e os agentes conduziram MC Ryan ao 1º Distrito Policial, no centro da cidade, para prestar esclarecimentos (veja vídeo abaixo).
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o cantor tentou fugir ao ser após ser informado pela produtora do evento que precisaria arcar com os custos do dano.
Outros vídeos, gravados posteriormente, mostram o estrago que a ação do cantor causaram ao gramado da equipe.
Veja:
O que diz MC Ryan
- Por meio de vídeo nas redes sociais, o MC se pronunciou sobre o caso, enquanto estava detido na delegacia. Ele confessou ter feito as manobras, afirmando que a ação não ofereceu risco para ninguém.
- “Tinha um espaço bem livre lá, onde não oferecia risco para ninguém. Acabei dando um cavalinho de pau lá”, disse o cantor.
- O funkeiro ainda afirmou que o contratante do evento chamou a polícia após ele subir ao palco para se apresentar, alegando que o gramado havia sido danificado. Segundo o MC, o contratante teria inicialmente pedido R$ 1 milhão de indenização pelos danos. Após negociação, o valor teria sido reduzido para R$ 70 mil, dos quais R$ 20 mil foram pagos.
- “Mandamos R$ 20 mil, mas o restante não foi possível por causa do horário do Pix”, disse.
Veja na íntegra:
