Governo de São Paulo estuda usar IA em atendimento da rede de saúde
Governo está testando ferramentas de IA para auxiliar atendimentos da rede. Ferramenta já é testada no teleatendimento de presos
atualizado
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São Paulo — A Secretaria de Saúde de São Paulo (SES) está testando formas de implementar a tecnologia de inteligência artificial no serviço de saúde pública do estado.
A ideia do governo é que a inteligência artificial seja integrada ao sistema de monitoramento em saúde para facilitar o processamento de indicadores e a alocação de recursos. A pasta discute, inclusive, a possibilidade da ferramenta auxiliar no atendimento dos pacientes.
O secretário de saúde, Eleuses Paiva (PSD) explicou ao Metrópoles que a referência da gestão são projetos que estão sendo testados nos sistema de saúde pública britânico, o NHS, e pela universidade americana Johns Hopkins.
No caso do NHS, o governo do Reino Unido anunciou, em janeiro deste ano, um plano de uso do recurso na assistência de diagnósticos clínicos e na gestão de pessoal. Já a universidade dos EUA vem explorando ideias que incluem o uso de robôs guiados por IA em cirurgias.
Em São Paulo, Paiva explica que a inteligência artificial já está sendo usada na assistência do Serviço de istração Penitenciária para gerir e ampliar o teleatendimento feito às pessoas privadas de liberdade.
“Um grande salto que a gente vai ter na saúde, e não é de São Paulo, mas do Brasil e do mundo, na parte de saúde digital é a incorporação de Inteligência Artificial. Nós estamos focados nisso, tem uma equipe na secretaria só pensando nisso”, disse o secretário de Saúde, Eleuses Paiva, ao Metrópoles.
O projeto de digitalização é uma das grandes apostas do secretário e faz parte daquilo que ele entende como um dos legados de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na saúde.
A gestão é entusiasta do assunto e inaugurou, em agosto do ano ado, o Centro Líder de Inovação em Saúde Digital onde são testadas as ferramentas de AI desenvolvidas por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).
O centro, que reúne os dados de saúde do estado, funciona como um laboratório dos projetos antes delas serem aplicados na rede. Por lá, também é feita a gestão do programa de teleatendimento, como o TeleAPS, o AME+ Digital e o TeleUTI. A ideia é que a inteligência artificial ajude a expandir esse serviço.
Na semana ada, o secretário se reuniu com representantes de universidades estaduais para discutir a capilarização dessas ações por meio da criação de novos centros líderes e capacitação de profissionais da saúde.
A expectativa é que eventualmente serviços como a entrega de medicamentos e os acompanhamentos dos pacientes sejam feitos de forma digital, de preferência com auxílio da AI.
Inteligência Artificial e dados da saúde
O uso de inteligligência artificial em dados de saúde é um tema mundialmente discutido por seu potencial de agilizar os atendimentos e ampliar o o a serviços. Apesar disso, o assunto levanta preocupações sobre a anonimização das informações e a segurança dos dados.
No Reino Unido, a implementação da Al no NHS tem provocado discussões sobre a proteção da privacidade dos pacientes. Por lá, é discutido como a contratação de ferramentas geridas por BigTechs podem ser converter na exploração comercial de históricos médicos.
No sistema federal, a digitalização do dados do Sistema único de Saúde (SUS) atravessa diferentes gestões. No início do governo de Jair Bolsonaro (PL), o então ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, chegou a anunciar que a inteligência artificial seria usada no Conecte SUS para integrar dados e agilizar atendimentos – projeto que não chegou a ser executado.
Já o governo Lula (PT) lançou, em 2024, o Programa SUS Digital, que em propõe soluções de integração de dados do SUS. O manual do projeto, contudo, não especifica se a inteligência artificial deverá ser usada.