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“Fizeram eu sentar pra eles”, diz jovem sobre PMs presos por estupro. Vídeo

Novo registro obtido com exclusividade pelo Metrópoles mostra jovem de 20 anos em viatura com policiais após suposto estupro

atualizado

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Esquerda, porta de viatura da PM de São Paulo; direita, pernas de jovem do sexo feminino com hematomas - Metrópoles
1 de 1 Esquerda, porta de viatura da PM de São Paulo; direita, pernas de jovem do sexo feminino com hematomas - Metrópoles - Foto: Arte/Metrópoles

São Paulo — A jovem de 20 anos que diz ter sido estuprada por dois policiais militares dentro de uma viatura do 24º Batalhão de Diadema, na Grande São Paulo, no domingo (2/3), enviou áudios e vídeos para familiares, ainda no veículo policial, relatando com quem estava e o que havia ocorrido.

Um dos vídeos, revelado pelo Metrópoles nessa quarta-feira (5/3), mostra a vítima no banco de trás da viatura após o suposto crime confrontando os policiais, que alegam não saber onde é a casa dela. “Comeu minha **** e não falou nada”, disse.

No novo vídeo, também exclusivo, a jovem volta a repreender os policiais pelo suposto crime sexual (assista abaixo).

PMs estão presos

O soldado Leo Felipe Aquino da Silva e o cabo James Santana Gomes estão presos, por tempo indeterminado, desde segunda-feira (3/3), no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte paulistana. A defesa deles negou as acusações e afirmou, em nota, que ambos irão dar as versões do caso no decorrer do processo.

No novo vídeo obtido pela reportagem, a vítima afirma que os dois policiais estavam consumindo bebidas alcoólicas em serviço. Percebe-se que a viatura trafega por uma rodovia.

“Eles estão bebendo aqui dentro do carro. Eles fizeram eu sentar pra eles… vergonhoso”, diz a jovem no registro.

O vídeo, enviado a familiares da vítima, é finalizado com a jovem apontando o dedo para o condutor da viatura, afirmando que o PM “não faria a filha dele fazer isso”.

Veja o vídeo:

“Transtornada”

A mãe da jovem afirmou que os policias teriam obrigado a filha a fazer sexo “de várias formas” com ambos, no banco traseiro do carro policial, que foi estacionado em uma rua escura e deserta.

Antes disso, a vítima disse acreditar que os PMs estavam a levando para casa, na capital paulista. Ela havia aceitado uma carona, oferecida pelos policiais, em Diadema, onde a jovem estava após acompanhar um amigo em um bloco carnavalesco em São Paulo.

“Minha filha ficou transtornada, falando que queria ir para casa e que eles tinham abusado dela. Recebi mais de 12 áudios dela. Tentei entrar em contato com os PMs [telefonando para a filha]. Um deles pegou o aparelho e não me respondeu. Foi uma sessão de terror”, afirmou a mãe da jovem ao Metrópoles.

A vítima afirmou ter feito fotos das bebidas consumidas pelos PMs, mas não teve tempo de enviar o registro para a família. Antes disso, segundo ela, os policiais tiraram o celular de suas mãos e ficaram com o aparelho, além de sua bolsa.

Em seguida, ela disse ter sido abandonada pelos policiais em um descampado, descalça e machucada. Ela contou que precisou entrar na frente de carros,  que trafegavam em alta velocidade pela Via Anchieta, até conseguir ser levada até o 26º DP (Sacomã), já na capital paulista.

Álcool e câmeras

De acordo com a polícia, a vítima chegou abalada à delegacia (na foto de destaque, as marcas de hematomas nas pernas da jovem). Policiais civis de plantão acionaram uma ambulância, que a levou até a Unidade de Pronto Atendimento da Liberdade, no centro paulistano, onde a jovem foi encontrada pelos familiares e detalhou o suposto abuso sexual.

A Polícia Militar, por meio da Secretaria da Segurança Pública (SSP), afirmou em nota que a denúncia de estupro é apurada “rigorosamente” e que ‘todas as circunstâncias dos fatos são apuradas, inclusive com a análise das câmeras corporais [dos PMs]”.

Nesta quinta-feira (6/3), o Metrópoles questionou a corporação e a SSP sobre o suposto consumo de álcool feito pelos PMs em serviço. Perguntou, ainda, se câmeras corporais estavam operantes durante o período que ficaram com a vítima. Uma entrevista com um porta-voz da Corregedoria da PM também foi solicitada.

Nenhum posicionamento foi encaminhado até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

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