Empresas de ônibus mostram interesse em substituir UpBus e Transwolff
Candidatas arão por análise de capacidade técnica para assumir operação, por meio de cessão de direitos. Contrato foi rompido em janeiro
atualizado
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São Paulo — O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), informou que algumas empresas já manifestaram interesse em assumir as linhas de ônibus operadas pela Upbus e Transwolff, investigadas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por suposto elo com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
As companhias tiveram o contrato rompido no último mês após não terem suas defesas acolhidas pela gestão municipal.
Segundo Nunes, uma portaria para a cessão de direitos das linhas será publicada nesta semana e a definição de quais empresas assumirão a operação sairá até o final de fevereiro.
“Dentro do contexto da licitação, a gente faz uma proposta para ver se alguém quer fazer a substituição. Várias empresas já se candidataram. Elas arão por uma análise financeira e técnica para assumir o serviço. Tendo essa capacidade, o processo flui e se faz a substituição. Não havendo, a gente faz uma nova licitação. Esperamos resolver com a substituição”, afirmou o prefeito durante agenda de entrega da reforma do terminal de ônibus Amaral Gurgel, na região central, nesta terça-feira (11/2).
De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade Urbana, Celso Caldeira, as empresas interessadas operam em diversas cidades do estado de São Paulo.
Até que ocorra a substituição, as linhas da Upbus e Transwolff permanecerão sendo operadas por meio de intervenção da prefeitura.
Entenda o caso
A Transwolff e a UpBus apresentaram, na segunda-feira (27/1), as respectivas defesas no processo de caducidade de contrato com a Prefeitura de São Paulo.
As concessionárias estão sob intervenção da gestão municipal de São Paulo desde abril, quando foram acusadas de vínculo com o PCC.
O dono da Transwolff, Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, e o sócio da UpBus, Silvio Luís Ferreira, o Cebola, tiveram mandados de prisão cumpridos durante a operação.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao MPSP, a Transwolff recebeu um aporte de R$ 54 milhões da facção criminosa, obtidos com tráfico de drogas e outros delitos, para participar da licitação do transporte público na capital paulista.
A Transwolff e a UpBus operam, respectivamente, as linhas de ônibus da zona sul e leste da cidade de São Paulo — e transportam, juntas, 700 mil ageiros.
O que dizem as empresas
Em nota, a Transwolff afirmou que o rompimento do contrato foi feito “em total descompromisso com os princípios fundamentais do direito”. Segundo a concessionária, “mesmo sem nenhuma comprovação da existência de qualquer vínculo da empresa e de seus dirigentes com organizações criminosas no processo judicial sigiloso em curso, a Prefeitura instaurou um procedimento istrativo repleto de inconstitucionalidades e desprovido de qualquer fundamento jurídico, utilizado como pretexto para justificar uma decisão istrativa injusta e ilegal”.
“Confiamos na Justiça e no Estado Democrático de Direito. A decisão ilegal da Prefeitura será contestada judicialmente. Confia-se no Poder Judiciário para restabelecer a legalidade e verdade dos fatos”, completou.
A UpBus ainda não se manifestou em relação à decisão. O espaço segue aberto.