Derrite minimiza denúncias de tortura em ação no Guarujá: “Necrópsias não apontam violência”
Secretário de Segurança Pública classificou como narrativas as denúncias sobre a operação durante depoimento à I do MST, na Câmara
atualizado
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O secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou nesta quarta-feira (2/8) que as denúncias de tortura e execuções durante a operação Escudo, da Polícia Militar, no Guarujá, no litoral paulista, não am de narrativas.
Ele deu a declaração durante a I do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
A ação foi deflagrada após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota, na noite da última quinta-feira (27/7). Desde então, 16 pessoas perderam a vida, segundo dados da SSP. As mortes por intervenção policial no Guarujá, em seis dias, já superam o total de homicídios do primeiro semestre na cidade.
“Não a de narrativa. Essas narrativas de que houve tortura, que foram executados. Todos os exames do Instituto Médico Legal, as necrópsias não apontam nenhum sinal de violência, muito menos de tortura. É um documento oficial”, disse Derrite.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo foi questionado pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) sobre a atuação das forças policiais no litoral: “Vivenciamos a segunda maior chacina do Estado de São Paulo, só perde para o Carandiru”, disse Sâmia. “Não há nenhuma prova de qualquer uma dessas pessoas tenham alguma coisa a ver com o assassinato desse policial”.
Derrite respondeu: “O que existe, pela primeira vez no Estado de São Paulo, é um governador que tem coragem de enfrentar o crime organizado”, se referindo a Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.
A morte do PM
O soldado da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) Patrick Bastos Reis foi baleado durante patrulhamento na comunidade Vila Zilda. Atingido no tórax, ele não resistiu. Já o cabo Fabiano Oliveira Marin Alfaya, de 39 anos, foi ferido na mão. Os tiros foram disparados a até 70 metros de distância, segundo a SSP.
Após a morte do policial, teve início da escalada da violência na região. Segundo a Ouvidoria da Polícia de São Paulo, o número de mortes pode ser maior do que o divulgado. O órgão também alertou para a denúncia de excessos cometidos por parte das forças policiais. O governador também nega a ocorrência de abusos. A Secretaria de Segurança Pública diz que as mortes são resultado da escolha dos criminosos de confrontar a polícia.
Em seis dias de Operação Escudo, a polícia prendeu 58 suspeitos e apreendeu quase 400 quilos de drogas, além de 18 armas, entre pistolas e fuzis. Dois PMs foram baleados, mas se recuperam.